Aconteceu no último dia 16 de junho de 2010, no Auditório Ibirapuera, situado à Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, na capital paulista, a gravação do programa especial de 30 anos mais antigo programa sertanejo da TV brasileira; Viola, Minha Viola, exibido pela TV Cultura, sob o comando de Inezita Barroso, aos domingos das 9:00 às 10:00 hs da manhã, com reprise aos sábados das 21:30 às 22:30 hs.
Com o auditório repleto de fãs e um cenário minuciosamente montado, recheado de móbiles com violas, violões e contrabaixos, Inezita se emociona e recebe cantores que fizeram parte da história do programa. “Esta é uma festa muito gostosa entre a nossa família”, diz a apresentadora ao saudar seu público.
Grandes nomes da música sertaneja dividiram o palco com Inezita, como Almir Sater, Liu e Léu, Léo Canhoto e Robertinho, Lourenço e Lourival, Irmãs Barbosa, Irmãs Galvão, Pedro Bento e Zé da Estrada, Mococa e Paraíso, Zé Mulato e Cassiano, Gilberto e Gilmar, Cézar e Paulinho, Craveiro e Cravinho, e Daniel. São nomes que estiveram presentes ao longo desses 30 anos, e ajudaram a construir a história do programa e da música raiz.
Em vários momentos da gravação, Inezita conteve as lágrimas, mostrando grande emoção a cada convidado que entrava no palco. O público, também se emocionou com a diva. Fiéis à atração, alguns acompanham o Viola, Minha Viola, desde a sua primeira gravação, há trinta anos.
Toda a riqueza da música de raíz também é muito bem representada no programa pelo Regional Viola Minha Viola, grupo que acompanha Inezita na TV e nos shows que ela faz pelo País. O quarteto é formado por João Bosco, mais conhecido como Joãozinho, no violão e na viola, André Fernandes no contrabaixo, Arnaldo Freitas na viola e Valdir Lemos na percussão, apelidado de Escurinho Jr. por ser filho do falecido Escurinho, ex-músico do Regional. Teve a participação especial de mais dois grandes músicos neste especial de 30 anos: o conceituado Maestro Marinho no acordeon, e o jovem violonista Rafael Schimidt.
No final da gravação Inezita chama todos os convidados ao palco para saudar o público.
Ao final do programa, Inezita Barroso conversou com a imprensa, falando sobre os 30 anos do programa sempre ao vivo, pois não concorda com os programas feito com dublagem. Em relação aos fãs, enalteceu aqueles que sempre estiveram presentes nesta trajetória de 30 anos, acompanhando o programa. Disse ainda que não pretende deixar o programa, e continuará a apresentá-lo enquanto for possível. Simplicidade, segundo a apresentadora Inezita Barroso, esta é a fórmula de sucesso que mantém o Viola Minha Viola, o programa musical mais antigo da TV brasileira, há 30 anos no ar, ininterruptamente.
O programa irá ao ar no dia 27 de junho, às 9h, na TV Cultura, e terá excepcionalmente 1h30 de duração.
O COMEÇO:
O Viola Minha Viola estreou no dia 25 de maio de 1980, com apresentação de Moraes Sarmento (1922-1998) e Nonô Basílio (1922-1997) nos estúdios da TV Cultura na Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo. A partir da terceira edição, Inezita Barroso passou a participar da atração como convidada fixa e logo já conquistou a simpatia do público. Meses depois, em agosto, Nonô deixou o programa e Moraes ganhou como parceira a mulher que, anos mais tarde, tornou-se a dama da música caipira no País.
Nessa época a atração também ganhou espaço exclusivo: mudou-se para o Auditório Franco Zampari, na região da Luz, em São Paulo. Durante algum tempo, o Viola foi itinerante e viajou por diversas cidades do interior paulista, voltando mais tarde a fixar-se no Zampari.
O Programa na época era produzido por Thaís de Almeida Dias.
INEZITA BARROSO:
Ignez Magdalena Aranha de Lima, seu nome de batismo, nasceu em 4 de março de 1925, no bairro da Barra Funda, em São Paulo. Filha de família tradicional paulistana, Inezita Barroso tem um coração caipira, recheado de amor pelas tradições populares. A artista é uma enciclopédia viva da música caipira e do folclore nacional, intitulada, inclusive, doutora Honoris Causa em Folclore pela Universidade de Lisboa.
A cantora se apresenta desde os sete anos de idade e também foi atriz de cinema, tendo recebido o Prêmio Saci, um dos mais importantes da época. “Canto desde criança e fiz três conservatórios de piano, pois, na época, menina não podia tocar viola, era feio”, conta. Na TV, sua carreira começou junto com a Record, onde foi a primeira cantora contratada. Depois passou pela Tupi e outras emissoras, até chegar à Cultura para comandar o Viola Minha Viola.
Com dezenas de álbuns em sua carreira, hoje ela descarta as grandes gravadoras e lança discos independentes, como seu mais recente trabalho, Sonho de Caboclo. Aos 85 anos, continua fazendo shows por todo o Brasil. Até 2009, Inezita lecionava em duas universidades paulistas.
FICHA TÉCNICA DO PROGRAMA:
DIREÇÃO GERAL: Maurício Valim
PRODUÇÃO: Pedro Ferreira dos Santos
ROTEIRO: Aloísio Ferreira Milani
APRESENTAÇÃO: Inezita Barroso
DIREÇÃO MUSICAL: João Bosco Teixeira Batista (Joãozinho)
REGIONAL VIOLA, MINHA VIOLA:
(Músicos Participantes):
- Joãozinho (Violão)
- Arnaldo Freitas (Viola)
- Rafael Schimidt (Violão)
- André Fernandes (Contra-baixo)
- Maestro Marinho (Acordeon)
- Valdir Lemos "Escurinho" (Percussão)
MÚSICAS APRESENTADAS:
- Inezita Barroso - Cabocla Tereza (Raul Tôrres e João Pacífico)
- Almir Sater - Trem do Pantanal (Paulo Simões e Geraldo Roca)
- Liu e Léu - O Ipê e o Prisioneiro (José Fortuna e Paraíso)
- Léo Canhoto e Robertinho - Último Julgamento (Léo Canhoto)
- Lourenço e Lourival - Menina da Aldeia (Jack e José Plínio "Paraíso)
- Irmãs Barbosa _ Poesia Não se Vende (Zé Mulato)
- As Galvão - No Calor dos Teus Abraços (Nicéia Drummond e Cecílio Nena)
- Pedro Bento e Zé da Estrada - Chitãozinho e Xororó (Athos Campos e Serrinha)
- Mococa e Paraíso - Último Adeus (José Fortuna e Fernandes)
- Zé Mulato e Cassiano - O Homem e a Espingarda (Zé Mulato e Churrasco)
- Gilberto e Gilmar - Só Mais uma Vez (Gilberto e Gilmar)
- Cézar e Paulinho - O Feijão e a Flor (Vicente Dias e Benê Brito)
- Craveiro e Cravinho e Cézar e Paulinho - Franguinho na Panela (Moacyr dos Santos e Paraíso)
- Craveiro e Cravinho - Adeus Morena Adeus (Piraci)
- Daniel - Disparada (Geraldo Vandré e Théo de Barros)
- Inezita Barroso - Lampião de Gás (Zica Bérgami)
REALIZAÇÃO: Fundação Padre Anchieta
Texto: Sandra Cristina Peripato |