José dos Santos Colares da Silva (Zeca Collares) nasceu em 1966, na cidade de Botumirim, no estado de Minas Gerais.
Aos 9 anos de idade começou a tocar em Ternos de Folia de Reis no Norte de Minas Gerais. Nascido no Vale do Jequitinhonha, e radicado no interior de São Paulo, seu trabalho preserva as raízes musicais de sua terra natal e remonta ao barroco.
Iniciou a carreira artística como integrante de um grupo de seresta como bandolinista em 1982. Na mesma época, viajou pelo Vale do Jequitinhonha, região em que nasceu, observando o modo local de tocar viola, e, juntamente com Dino Lopes, fundou um trio de música folclórica norte mineira.
Seu primeiro disco, "Brejo Nós Gostamos de Você", em 1986, foi dirigido por Téo Azevedo e teve como destaques as músicas "Saudação à Minha Terra", "Boiadeiro de Minas", "Tema Brejeiro Para Flor de Maio", "Viola Brejeira", e "Visita dos Magos".
Mudando-se em 1988 para São Paulo, lá estudou com diversos músicos, como Nelson Ayres, Hermeto Pascoal, Itiberê, Mozart Mello, Toninho Horta, entre outros. Mudou-se para a cidade de Marília, no interior do estado de São Paulo, em 1990, passando a estudar por um período, com o professor Paulo Estevão (Tevão), e iniciando, em seguida a dar aulas de viola na Escola Tema Centro Musical de Marília. Seu interesse pela cultura popular o levou a viajar, em 1994, por várias regiões do Brasil, pesquisando a cultura popular brasileira, especialmente em seu aspécto musical. Logo depois, iniciou o curso de Harmonia Funcional.
Em 1995, fundou o grupo Mucunã de música regional brasileira, juntamente com o compositor Valter Silva. O grupo chegou a ser apontado em 2001 como um dos melhores do gênero pelo jornal Estado de São Paulo.
Já tocou com diversos violeiros consagrados, como Ivan Vilela, Dino Lopes, Téo Azevedo e Dércio Marques, além de já ter acompanhado artistas como Inezita Barroso e Pena Branca. Tem participação, como arranjador, em vários discos de artistas de diversos estilos, e, freqüentemente, organiza Oficinas de Música e Teatro.
Em sua trajetória, apresentou-se em diversos programas de rádio e televisão, como o "Viola, Minha Viola", na TV Cultura de São Paulo, "Célia e Celma", no Canal Rural, "Som do Mato", na TV Educativa, entre outros. Em 1998, lançou seu segundo disco, "Contos Sertanejos", com música título de Valter Silva, que compôs também "A Ti Donzela" e "No Compasso do Trem". Também está nesse disco a música "Vida Cabocla", de sua autoria.
Em 2000, lançou o CD "Aboio", com destaque para a música título, "Beija-flor", "O Saci" e "Rio Acima". Esse disco contou com a participação especial de Pena Branca na faixa "Cantador do Sertão", homenagem a Xavantinho.
Lançou o álbum "Primavera Mineira", em 2002, com quinze composições de sua autoria, entre as quais, "Lamento do Cerrado", "Taboca", "Pagode", "Sobre as Águas" e "Peixe Boi".
Também é luthier desde 1996, quando resolveu aprender a recuperar e regular instrumentos, para sufrir sua própria necessidade de músico. Desde então vem construindo e recuperando instrumentos de corda, adaptando-os às necessidades de músicos que o procuram de várias partes do país. É considerado o único luthier que presta esse serviço no oeste paulista, também modificando o tipo de som do instrumento, principalmente guitarra e contrabaixo.
Em 2004, participou do 2º Encontro Nacional de Violeiros em Ribeirão Preto, no estado de São Paulo, realizado por ocasião da Festa do Milho Verde em louvor a São José Operário. Nesse ano apresentou o show "Lá o Meu sertão" no Sesc-Pompéia, em São Paulo, no anfiteatro da UNESP e no Teatro Municipal de Marília. Apresentou-se ainda no jornal "Bom Dia São Paulo" da TV Globo, em homenagem aos 450 anos da cidade de São Paulo.
Em 2006, participou, como convidado especial, do projeto "Viola e Lua Cheia", na cidade de Brasília, evento promovido pelo Clube do Violeiro Caipira de Brasília, em parceria com a Funarte, com a utilização da Sala Cássia Eller.
Em 2009, participou do Circuito Syngenta de Viola Instrumental, que percorreu 11 cidades brasileiras entre junho e julho, ao lado de artistas como Renato Teixeira, Ivan Vilela, Paulo Freire entre outros. |