Waldomiro Bariani Ortêncio nasceu na cidade paulista de Igarapava, nas proximidades da Usina Junqueira, no dia 24 de julho de 1923, lugar onde iniciou seus primeiros estudos. Filho de Antônio Bariani e de Josefina Bariani.
Em 1938, acompanhando sua família, mudou-se para Goiânia, onde fez o curso ginasial e científico no Liceu de Goiânia e ingressou no curso de Farmácia e Odontologia, desistindo logo em seguida.
Quando criança, trabalhou como alfaiate. Na década de 40, foi goleiro do Atlético Clube Goianiense. Foi também professor de Matemática, comerciante, fazendeiro, industrial e minerador.
Em 1945, no bairro de Campinas, estabelece-se comercialmente com o Bazar Paulistinha. Colaborador dos jornais estudantis "O Chicote", em 1937, na cidade de Igarapava e "O Liceu", em 1938, em Goiânia.
Durante um período de mais de dois anos, redigiu crônicas para a Rádio Clube de Goiânia, às vezes, também, publicada no jornal "A Folha de Goyaz". Nesta época lecionava em diversos estabelecimentos de ensino.
Foi Presidente da União Brasileira de Escritores – Secção de Goiás, pertence ao Instituto Histórico e Geográfico de Goiás e faz parte da Comissão Nacional do Folclore. Em 1972, foi nomeado membro do Conselho Estadual de Cultura.
É cidadão goianiense, título recebido em abril de 1968, pelos relevantes serviços prestados à capital do Estado.
Foi o responsável, por muitos anos, pelo Suplemento literário de "A Folha de Goyaz", dos Diários Associados, em Goiânia.
Além de compositor, é também escritor, pesquisador da Cultura Popular e Presidente de Honra da Comissão Goiana de Folclore, além de ser também Membro da Academia Goiana de Letras.
Como escritor, publicou diversos livros.
Dentre suas obras publicadas estão: "O que Foi Pelo Sertão", 1954 (Prêmio Americano do Brasil, da Academia Goiana de Letras); "O Sertão – O Rio e a Terra", 1959; "Sertão Sem Fim", 1965; "A Cozinha Goiana", 1967; "Vão dos Angicos", 1969; "Força da Terra", 1974; "Morte Sob Encomenda", 1974; "Dr. Libério, o Homem Duplo", 1981; "Estórias dos Crimes e do Detetive Lopes", 1981; "Dicionário do Brasil Central", 1983; "O Enigma do Saco Azul", 1985; "Aventura no Araguaia", 1987; "A Deal With Death", 1990; "Meu Tio-Avô e o Diabo", 1993; "Medicina Popular do Centro-Oeste", 1994; "João do Fogo", 1996; "Cartilha do Folclore Brasileiro", 1997; "O Homem que Não Teimava", 1998; "Caminho da Liberdade", 2000; "A Fronteira" (Revolução Constitucionalista de São Paulo de 32) e "Minha Vida de Menino", 2005; "Crônicas", 2005.
Como compositor, é autor de inúmeras músicas, e teve suas primeiras composições gravadas a partir de 1957, por diversos intérpretes, como "Irmãs Santos", "Duo Paranaense", "Trio da Vitória", "Duo Estrela D'Alva" e Duo Guarujá, entre outros.
Em 1960, por ocasião da inauguração da nova capital do Brasil (em 21 de abril de 1960), a Orquestra e Coro RGE gravou a marcha "Brasília Vinte e um de Abril" (Waldomiro Bariani Ortêncio), e no mesmo disco, a marcha "Brasília a Capital da Esperança" (Henrique Simonetti e Capitão Furtado).
Além de seu trabalho pelo Folclore e pela Música Brasileira, também é famoso pelo seu "Bazar Paulistinha" (o famoso "Bazar do Waldomiro") em Goiânia/GO, que é citado em diversos clássicos da música caipira, como "Pagode em Brasília", "Visita a Goiás" e "Saudade de Goiás".
Texto: Sandra Cristina Peripato |