Antero de Souza Lima nasceu em Itanhomi, no estado de Minas Gerais, em 28 de outubro de 1945 e Almezino de Souza Lima nasceu em 26 de outubro de 1962, também em Itanhomi, na Região do Vale do Rio Doce, Leste de Minas Gerais.
Os irmãos tiveram uma infância humilde e cheia de muitas dificuldades com altos e baixos como a de todos os jovens que nasceram na Zona Rural: sem televisão, sem internet e sem celular. Somente um rádio de pilha era o guia para buscar o gosto pela música caipira.
Os filhos do pequeno agricultor-lavrador Nicolino de Souza Lima e da dama do lar, Nervialina Nunes de Lima, trabalharam na roça desde pequenos, plantando milho, arroz, feijão, amendoim, cana-de-açúcar, mandioca, café, araruta, inhame, batata, banana e muitas outras culturas do Leste de Minas.
Desde que viviam lá no sítio Souza Lima, na Estrada da Fumaça, em São Francisco do Jataí, no município de Itanhomi, no Leste Mineiro, eles já sonhavam com a vida artística. Nas suas imaginações transformavam o som da enxada em som de viola, ao carpir as ervas daninhas no milharal, arrozal, feijoal e entre os becos do cafezal. Faziam versos da garapa saída das moendas dos engenhos, dos cocões, dos carros-de-bois, nas madrugadas sertanejas. Na olaria, faziam música do gualapo e da grade, quando fabricavam telhas cobucas, o retrato do telhado das casas dos caboclos interioranos.
Na luta diária, eles transformaram o enxadão, a picareta, a cavadeira, o machado e a foice em instrumentos musicais (violão, viola, pandeiro). Faziam de microfones, as latinhas de massa de tomate, usadas nas macarronadas aos domingos, isso quando o pobre franguinho não morria na panela.
Um dia a coisa mudou. O melado, a rapadura, a telha, o tijolo de barro, ficaram para trás, não no esquecimento e nem na saudade, mas eles queriam outros horizontes e precisavam correr ao encontro deles.
Antero começou a cantar com seu irmão mais velho, Amilton de Souza Lima, o mais velho dos 12 irmãos. Eles, lá em Jataí e região, cantavam em festinhas da roça, tais como Fogueira de São João, São Pedro e Santo Antonio. Eram sempre convidados a cantar em casamentos, batizados, aniversários, primeira comunhão e muitas outras festas de interior. Era só surgir uma festinha, lá estavam os filhos do seu Nicolino e da Dona Fiica (nome familiar da mãe), batendo suas violinhas, comendo as broas de fubá e aqueles biscoitos de polvilho de dar água até na boca de estátua.
Antero em 1969 a 1970 vai para São Paulo, na região do Ipiranga e aí forma outra dupla batizada de Tamio e Tupã, sendo Antero (Tupã) e Raimundo, o cearense Tamoio. Gravaram um compacto. Cantaram em programas sertanejos da Rádio Cacique de São Caetano e em circos na região do ABCD paulista. Essa parceria não teve longa vida, durou pouco mais de seis meses. Nessa dupla Antero fazia a primeira voz e Raimundo a segunda.
O Tupã forma outra dupla com um novo parceiro. Palante e Palestino, um mineiro de Guaxupé/MG, Natalino, era o nome dele. O novo parceiro fazia a segunda voz. Eles gravaram um único LP de vinil. A parceria durou de 1970 a 1976.
Os dois - Palante e Palestino - fizeram uma brilhante carreira, cantando nas rádios dos estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais.
Cantaram também, em várias rádios, Cacique de São Caetano, etc, e circos, tais como Circo Colúmbio, Circo Sete Anões e tantos outros deste Brasilzão Sertanejo.
Na década de 70, o circo nas cidades brasileiras, eram as atrações do povão e uma fonte de renda para muitos artistas. O circo, além de gerar trabalho trazia alegria para os amantes dos espetáculos.
Em 1987 aproximadamente, Almezino mudou-se para São Paulo, na região de Jandira, cidade um pouco fora da capital paulista. Ele foi morar na casa do irmão Antero, que na ocasião estava sem parceiro definido. Em pouco tempo depois, formou dupla com seu irmão Antero.
Os dois foram num programa de auditório da ABAS, dirigido pelo animador Fusco Neto em Osasco/SP, onde cantaram pela primeira vez para uma platéia amante da música sertaneja e foram batizados com nome de "Os Dois Mineiros".
A dupla inicia-se cantando nas rádios Difusora de Osasco, na Tupi e tantas outras de programas do gênero sertanejo, além de centenas de entrevistas ao vivo. Os Dois Mineiros apresentaram também em vários programas de TVs, como Programa da Eliane Camargo, Programa do Bolinha, Viola Minha Viola e Terra da Padroeira.
Gravaram o primeiro trabalho discográfico pela Gravadora Chororó intitulado "Casa da Colina". Depois passaram a gravar pela Gravadora Tocantins, e já estão no décimo trabalho da dupla.
Antero adquire a Gravadora Tocantins da dupla Liu e Léu, os irmãos de Zico e Zeca, primos também de Vieira e Vieirinha. Dizem os entendidos que a música está no sangue e aí está a prova. Na família dos Dois Mineiros também tem música no sangue. O avô Hilio Nunes de Morais, tocava Pistom, um instrumento de sopro e fazia parte da Banda de música de Bom Jesus do Galho/MG. Seu tio José Nunes dos Reis, o Juquinha do Hilio, tocava sanfona Oito Baixos e fazia a poeira levantar nos pagodes da região do Jataí. Outro tio, Ciro Nunes de Morais, tocava cavaquinho e violão.
Os Dois Mineiros são agora artistas permanentes da Gravadora Tocantins.
No lançamento do sétimo CD no Jubileu do Jataí, deu-se início as gravações para o primeiro DVD - "Documentário" - da dupla com os seguintes participantes: Pedro Bento e Zé da Estrada, Liu e Léu, Abel e Caim, Tenório e Praense, Tony Gomide e Maracaí.
Residem atualmente em Jandira/SP.
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