Alcides Felisbino Basílio (Nonô Basílio) nasceu em Formiga, no estado de Minas Gerais, no dia 22 de novembro de 1922 e faleceu em São Paulo/SP no dia 01 de julho de 1997. Filho de Joaquim Felisbino de Souza e Floripes Basílio de Souza.
Começou a compor com 16 anos de idade. Veio para São Paulo em 1950, mas antes residiu em São João Del Rei, Lamos e Rio de Janeiro.
O encontro com Naná (Maria de Lourdes Batista de Souza, nascida em Divinópolis, no estado de Minas Gerais, no dia 19 de agosto de 1934) ocorreu lá mesmo em Formiga, quando ela fazia teatro amador e Nonô formava dupla com seu irmão Dudu: era a dupla "Irmãos Basílio". Mas Naná surgiu em sua vida, casaram-se em 1953 e já no ano seguinte nascia o duo Nonô e Naná.
Foi com apenas 12 anos de idade que Alcides adotou o pseudônimo de Nonô Basílio e, nessa época, já se apresentava com os "Irmãos Azevedo", que faziam sucesso na emissora de rádio de Formiga. E Maria de Lourdes, a Naná, apresentava-se num teatro amador local, ao passo que Nonô cuidava da parte musical do mesmo.
Antes porém de formar a dupla com Naná, Nonô Basílio seguiu para São João D'el Rey/MG em 1946, onde estudou instrumentos de sopro na Corporação Musical Teófilo Otoni. Em seguida, Nonô seguiu para a capital paulista, onde tentou formar dupla com seu irmão Dudu Basílio que no entanto desistiu e decidiu retornar para Formiga.
Foi em 1950 que Nonô conheceu o trio "Luizinho, Limeira e Zezinha" na Rádio Tupi de São Paulo. E eles gravaram em 1951 o corrido "Cantando Sempre" (Nonô Basílio e Mauro Pires).
Nonô Basílio passou então a ter suas composições gravadas por Luizinho, Limeira e Zezinha, Palmeira e Biá e também Jeca Mineiro e Mineirinho.
E foi com Jeca Mineiro e Lúcio Sampaio que Nonô Basílio formou o Trio "Seresteiros do Sul" que se apresentou com sucesso na Rádio Cultura de São Paulo.
E, em 1953, celebrou-se o casamento de Alcides com Maria de Lourdes.
Desfeito o "Trio Seresteiros do Sul", Nonô voltou a se dedicar à sua antiga profissão que era a de alfaiate. Junto com Maria de Lourdes, costumava cantar nas horas vagas. Ela nunca teve a pretensão de ser cantora. Começaram a cantar de brincadeira. Quando Nonô ia mostrar as músicas dele para a dupla Cascatinha e Inhana, ele ensaiava antes com a esposa, e a levava junto pra apresentar a música.
Um dia, o Cascatinha falou pro Nonô que ele estava perdendo tempo, porque tinha uma mulher bonita e cantando bem. Porque então não faziam uma dupla? E daí passaram a ensaiar pra valer. Cascatinha, além de ter sido padrinho de casamento, foi também padrinho artístico de Nonô e Naná, porque foi ele que levou os dois para as primeiras gravações, os primeiros programas de rádio. Foi assim que nasceu a dupla "Nonô e Naná".
Seguiram-se diversas apresentações em festas, shows de caridade, clubes e salões e também apresentações na Rádio Emissora ABC de Santo André/SP e também no programa de Zacarias Mourão na Rádio Bandeirantes de São Paulo, além do programa de Blota Jr na Record.
Nonô e Naná gravaram o primeiro disco em 1957 na Todamérica, gravadora que era dirigida pelo Cascatinha. Também continuaram com as apresentações em circos e teatros das cidades do interior.
Ao longo da carreira gravaram um total de 09 discos de 78 rpm e 11 LP's. Em 1996, Nonô e Naná gravaram o último disco da dupla: "Nossa Última Lembrança". Por essa época, Naná apresentava problemas na voz (desde 1980). E Nonô Basílio faleceu no ano seguinte à gravação do CD.
Em 1971, Nonô e Naná participaram do filme "No Rancho Fundo", de Osvaldo de Oliveira.
Como compositor, Nonô Basílio é sem dúvida de fundamental importância para o nosso cancioneiro sertanejo; e um grande momento de sua carreira foi certamente o lançamento e o sucesso de “Mágoa de Boiadeiro”, que ele compôs em parceria com Índio Vago, gravada por vários intérpretes, como Pedro Bento e Zé da Estrada, Sérgio Reis, Ouro e Pinguinho entre outros.
Calcula-se que Nonô Basílio tenha mais de 1000 composições, às quais foram gravadas pelos mais variados artistas.
Foi compositor, cantor e diretor artístico, tendo trabalhado inclusive na apresentação do programa "Viola Minha Viola", da TV Cultura de São Paulo, em 1980, ao lado de Moraes Sarmento. Naná faleceu em janeiro de 2002.
Texto: Sandra Cristina Peripato |