José Ferreira Lemos, o Nízio, nasceu em Delfinópolis, no estado de Minas Gerais, em 1930. Começou a cantar com apenas 8 anos de idade.
Ludovico Patrinhani, o Nézio, nasceu em Lençóis Paulista, no interior do estado de São Paulo, no dia 24 de março de 1934 e, antes de conhecer o Nízio, formou com Joel Antunes Leme a dupla "Matinho e Matão", a qual chegou a se apresentar na Rádio Clube de Santo André/SP.
Pouco tempo depois a dupla "Matinho e Matão" se desfez, ocasião na qual o "Matinho" formou dupla com Valdomiro de Oliveira, mudando seu nome artístico para Pedro Bento.
Ludovico deixou de ser o "Matão", tendo adotado o nome artístico de "Nézio" e, por sugestão de Zé Capoeira do "Trio Paulistano", formou com José Ferreira a dupla "Nízio e Nézio". Era o ano de 1956. Joel Antunes Leme também integrava o "Trio Paulistano" antes de formar com Ludovico a dupla "Matinho e Matão" e com Valdomiro de Oliveira a dupla Pedro Bento e Zé da Estrada.
José Ferreira já havia escolhido antes o pseudônimo de "Nízio" e já vinha sendo considerado como grande compositor. Suas músicas já vinham sendo gravadas por grandes duplas, como Nenete e Dorinho, Primas Miranda, Zico e Zeca, Liu e Léu, Priminho e Maninho, entre outras.
A estréia de "Nízio e Nézio" como dupla aconteceu no Programa do Trio Paulistano na Rádio Difusora de São Paulo/SP.
No ano de 1958, a dupla gravou seu primeiro Disco 78 rpm na Colúmbia, com a toada "Aquela Carta" e o cateretê "Amor de Estudante". A indicação para essa gravação partiu do compositor Serrinha, que os observava quando eles se apresentavam como convidados do Programa do Trio Paulistano na Difusora.
Algum tempo depois, Nízio e Nézio trocaram a Difusora pela Rádio Bandeirantes, onde receberam apoio do Capitão Barduíno, do Comendador Biguá e do Zacarias Mourão.
Nízio e Nézio gravaram um total de 16 músicas em 8 discos 78 rpm pelos selos Colúmbia, Todamérica, RGE, Caboclo e Continental, com destaque para "Senhora Aparecida", "Os Degraus da Fama", "Vamos Fazer a Colheita", "Amor de Estudante", "Paixão de Carreiro" e "Serrana".
Apesar do crescente sucesso, a dupla Nízio e Nézio, por motivos particulares, se desfez no início da década de 60.
Nízio formou então com Antônio Francisco (o Nestor da Viola) a dupla "Nízio e Nestor", que também durou pouco e se desfez repentinamente com o falecimento do Nízio, ocorrido em 03 de novembro de 1966.
Nízio e Nestor gravaram 1 disco de 78 rpm, 04 compactos e 04 LPs.
Nézio, por sua vez, formou por curto período uma dupla com Amado Jacob que, pouquíssimo tempo depois, formou a famosa dupla com seu irmão Antônio Jacob, a dupla Jacó e Jacozinho.
Nézio formou com outro companheiro a dupla "Nézio e Genésio" que lançou na gravadora Monterrey um compacto simples com as músicas "Não Chores Por Mim" (Genésio e Caçula) e "Volte Meu Amor" (Genésio e José Silva). No entanto, Nézio também, por motivos particulares, deixou a carreira de violeiro, enquanto Genésio, com outro companheiro, formou outra dupla, também chamada "Nésio e Genésio" que, apesar da mesma pronúncia, grafava o nome com "s", e gravou um único disco que foi um compacto duplo com as músicas "Amor Proibido" (Ramoncito Gomes), "Se Tu Voltares" (Genésio e João Ventura), "Coração de Pedra" (Genésio e B. Linhares) e "Sem Teus Carinhos" (Nésio e Genésio). Esse compacto duplo, portanto, não teve a participação do Nézio, apesar da dupla ter usado seu nome artístico, diferindo apenas na grafia com "s".
Nézio reside atualmente em Curitiba/PR.
Texto: Sandra Cristina Peripato |