Francisco Fornaziero, o "Nhô Chico", nasceu no Bairro Sete Barrocas, na cidade de Piracicaba, no interior do estado de Sã Paulo, no dia 19 de agosto de 1927. Filho do Sr. Atílio Fornaziero (nascido em Rovigo, Itália) e de D. Inês Guerrero (nascida em Málaga, Espanha).
Aos 4 anos, tornou-se órfão de mãe, recebendo assim a educação e os carinhos de sua madrasta, a Sra. Regina Betiol. Aos 11 anos começou a tocar cavaquinho e a cantar com seu irmão de criação, nascendo assim, a dupla "Chiquinho e Luizinho", dotada de muito talento, mas também de muita timidez, que ao notar a presença de estranhos, parava de cantar.
Acompanhando a sua família, Chiquinho, como era carinhosamente chamado, aos quatorze anos, mudou-se para Pederneiras/SP, onde viveu por 20 anos. Já aos 16 anos, começou a compor as primeiras letras. Cantor de modas-de-viola, também demonstrava seu grande talento, cantando cururu.
Certa vez a dupla "Chiquinho e Luizinho" recebeu um convite da Rádio PRG-8 de Bauru/SP, para uma apresentação. Tiveram assim, um sonho realizado.
Com o casamento de Luizinho, a dupla foi desfeita. Porém, a vida artística de Chiquinho, não parou por ali. Na inauguração da Rádio Cultura de Pederneiras, fora convidado a assumir o programa sertanejo "Festa na Fazenda". Foi naquela época que recebeu do Sr. Kamel, diretor da emissora, um novo nome artístico: "Nhô Chico". A partir desse momento, uma nova trajetória começava a ser traçada na vida desse valoroso artista.
Em setembro de 1949, Nhô Chico casou-se com Apparecida de Oliveira Góes Fornaziero. Desse casamento nasceram João, Dirceu, Neusa, Ivone, Dimas e Joaquim, tendo este último, o nome artístico de Juninho, e que herdou do pai Nhô Chico, o dom de cantar e de compor, vindo a gravar quatro CDs, na carreira solo e autor de mais de 650 letras de músicas.
Em 1961, Nhô Chico retornou definitivamente à sua terra-natal. Passou assim, a conviver com grandes cantadores de cururu, como João Davi, Parafuso, Pedro Chiquito, Zico Moreira, Horácio Neto e outros, tornando-se conhecido em toda a região.
Com o passar do tempo, a morte de alguns amigos fez com que Nhô Chico deixasse de cantar o cururu, dedicando-se exclusivamente à composição. Assim surgiram sucessos como "Caboclo na Cidade", "Negrinho Parafuso" e "Moradia", entre outros.
Nhô Chico assinou sozinho vários trabalhos, mas possui também músicas em parceria com Dino Franco, Tião Carreiro, Tião do Carro, Garcia, Carreirinho, além de Juninho Caipira.
Teve como seu maior parceiro Dino Franco. Participou do corpo de jurados de diversos festivais, ao lado de grandes nomes ligados à cultura sertaneja. Comandou programas nas rádios Alvorada (AM e FM) e Municipal FM e se apresentou na TV Bandeirantes e na TV Cultura por diversas vezes.
O talento de Nhô Chico foi mais além. É também autor de muitos cânticos religiosos. A capital paulista e quase todas as cidades da região, conheceram a "Missa Caipira" de Nhô Chico, inclusive em CD, com o Coral Sertanejo Padre Anchieta e com arranjos de viola caipira de Mazinho Quevedo, que também é encarregado da regência. O CD também conta com a participação de Gil Pedro e Vitor Quevedo na percussão, Toninho Madrugada no contra-baixo, e o coral é formado por Galileu, Samaritano, Nhô Chico, Dona Cida, Juninho, Carlos Tabai, Nelson Vitti, Ilda e Roseli Palomo. Gravado e mixado no Estúdio Millenium em Araras/SP.
Em homenagem à memória de artistas piracicabanos, Nhô Chico escreveu "Negrinho Parafuso", "Pedro Chiquito", "Toninho do Mirante", "Zé do Prato", "Sorocabinha", "Saudade do Veneno" entre outras composições.
Possui belíssimas modas de viola gravadas por vários intérpretes.
Morreu em Piracicaba, aos 87 anos, no dia 20 de março de 2015, após ficar internado por vários dias na UTI. O cantor sofria de mal de Parkinson.
Texto: Sandra Cristina Peripato