João Batista Bernardo (Matogrosso) nasceu em Vista Alegre do Alto, no interior do estado de São Paulo, em 25 de novembro de 1949, na fazenda que o administrava e na qual passou os primeiros sete anos de sua vida. Bem cedo recebeu influência da mãe, que tocava cavaquinho e cantava na cidade. Começou a cantar ao lado do irmão mais velho, Jeremias, apresentando música sertaneja sendo muito estimulado pelos amigos. Aos treze anos mudou-se com a família para Marília, onde se dedicou também ao futebol, chegando a jogar no juvenil do Marília Atlético Clube. Com quinze anos participou de um trio "Landinho, Ladir e Dezinho", cantando na rádio local sucessos românticos da época, especialmente do repertório de Miltinho. Por volta de seus dezoito anos, a família se mudou para o interior do estado de Mato Grosso, perto da fronteira com a Bolívia, onde em contato com os bolivianos e paraguaios, teve a oportunidade de se aperfeiçoar no violão. Trabalhava na lavoura e compunha rasqueados em parceria com o irmão. Numa festa em Porto Espiridião, conheceram Eugênio, que tocava órgão num conjunto de música jovem e que os acompanhou no acordeon. Os irmãos Bernardo resolveram então formar um trio com ele e ir tentar a vida artística em Cáceres. Era o trio "Planície, Planalto e Geninho", que se apresentou em programas de rádio; no entanto, para se manterem, os irmãos tinham que trabalhar fazendo poços. Nesse serviço um dia, João Batista sofreu um acidente, ficando impossibilitado de trabalhar por três meses. Seu irmão, desgostoso, voltou ao trabalho da fazenda e ele foi fazer parte de um conjunto em que Eugênio tocava, passando a cantar músicas populares românticas. Foi bem sucedido e era até conhecido como "Roberto Carlos de Cáceres". A partir disso, trabalhava numa loja de materiais de construção, entregava gás nas casas, depois passou a vendedor das Casas Pernambucanas.
Em 1970 voltou para Marília e fez dupla com Santiago do conjunto "Los Gringos". Cantou na rádio da cidade, tentou gravar em São Paulo, mas com a situação financeira bastante difícil, resolveu terminar a dupla e voltar para a fazenda em Mato Grosso, onde passou a trabalhar com o irmão, em medição de terras, não esquecendo, contudo a música.
Em 1972 voltou para São Paulo e empregou-se numa loja de tecidos na Rua Paula Souza, chegando com o tempo a faturista da firma. No final desse ano, conheceu Mathias, começando logo a ensaiar com ele, músicas do repertório de Belmonte e Amaraí, no entanto não chegaram a fazer dupla nessa ocasião, pois Mathias foi transferido para um serviço em Londrina.
Em 1973 Matogrosso fez dupla com Tito Xavier e gravaram um compacto "Os Farrapos". Também fizeram algumas músicas em parceria, como "Pai Tião" que, mais tarde, faria sucesso no primeiro LP da dupla Matogrosso e Mathias.
Anísio Roberto de Carvalho (Mathias), nasceu em Carmo do Paranaíba, no estado de Minas Gerais, no dia 14 de fevereiro de 1943, onde viveu até os sete anos. Daí mudou-se com a mãe para Uberlândia. Menino ainda, vendia laranjas para ajudar a família, mais tarde foi garçom de hotel até perto dos dezesseis anos. Foi quando um irmão pegou uma empreita de lavoura no município de Santa Albertina, na região de Jales, no estado de São Paulo, e ele o acompanhou no trabalho. Nessa época surgiu seu interesse pela música sertaneja, ouvindo as duplas da região. Formou com Orlando dos Santos a dupla "Lando Aldo e Landu", e passou a cantar no serviço de alto-falante de Santa Albertina. A dupla fazia também shows para as Casas Pernambucanas, cantando os repertórios de Tibagi e Miltinho, e Zilo e Zalo.
Em 1962, através de uma espécie de concurso, conseguiram quinze minutos de programa na recém-inaugurada Rádio Assunção de Jales. Anísio mudou-se então para esta cidade e passou a trabalhar em construção, no entanto a permanência do parceiro na roça dificultava o crescimento da dupla. Passou assim uma temporada sem parceiros estáveis, porque também seu serviço o transferia freqüentemente de uma cidade para outra.
Em 1965, Anísio resolveu vir para São Paulo, engajando-se novamente em firmas de construção civil. Chegou a fazer dupla novamente com o mesmo Orlando, mas as dificuldades prosseguiram, embora tivessem se apresentado algumas vezes em rádios da capital.
Em 1970 fez dupla com Tony (da dupla Tony e Jerry), surgindo então, "Branquinho e Ceninho". Partiram para as viagens de shows, mas não conseguiram ganhar dinheiro. De volta, passou a cantar à noite, numa churrascaria, acompanhado pelo sanfoneiro Perigoso, não apenas música sertaneja, mas também popular, conforme os pedidos dos clientes. Tendo adoecido em conseqüência de uma picada de aranha, teve que deixar esse serviço, partindo então para viagens com outras duplas, buscando sempre uma oportunidade de se apresentar.
Com sua transferência de serviço para Londrina, não pode formar dupla com Matogrosso em 1972, só vindo isto a ocorrer quando de sua volta em 1975.
Aproximados em 1972 por Canhotinho, numa sala da Ordem dos Músicos, Matogrosso e Mathias, trazendo individualmente influências musicais diversas, haviam começado a ensaiar músicas do repertório de outras duplas, procurando contudo, dar às interpretações um estilo diferente. Em 1975, quando se juntaram, em caráter profissional, contaram com o apoio de Carlos Cézar que os apresentou a Dino Franco, da gravadora Chantecler. Assim, em novembro de 1976, surgiu o primeiro LP da dupla. No ano seguinte, além do segundo LP "Pedaço de Minha Vida", veio o troféu de Dupla Revelação. Em 1978, o terceiro LP, e ainda neste mesmo ano obtiveram o segundo lugar no 1º Festival da Record. A partir daí, intensificaram-se os shows em vários estados das regiões Leste, Sul e Centro-Oeste.
Em 1985, a composição "De Igual Para Igual", gravada por eles, tornou-se uma das primeiras músicas do repertório sertanejo a conseguir espaço em rádios FM, inicialmente no Nordeste, espalhando-se, posteriormente, para a região Sudeste. Em seus discos foram gradualmente deixando de lado o sertanejo mais tradicional, de raiz, com viola e sanfona, pelo gênero mais romântico, com acompanhamento de guitarra e bateria. O LP gravado em 1985, foi o mais vendido da dupla.
Seus maiores sucessos foram "Pedaço de Minha Vida", "Pai Tião", "Na Hora do Adeus", "24 Horas de Amor", "Sábado", "Idas e Voltas", "De Igual Pra Igual", "Frente a Frente", entre outros.
Depois de 13 LPs gravados pela Continental com 2 milhões de discos vendidos, em 1991, a dupla separou-se, voltando a se reunir novamente em 1994. No mesmo ano, tornaram a separar-se, com Mathias cantando durante um ano com Milionário, da dupla Milionário e José Rico, com quem gravou um CD. Matogrosso por sua vez, seguiu carreira solo e gravou três discos pela EMI. O retorno da dupla ocorreu em 1998, sem que os dois planejassem tal volta. O prefeito da cidade mineira de Rio Novo queria um show da dupla de qualquer maneira e eles não se opuseram à idéia. Os anúncios e faixas da apresentação atraíram a atenção da Prefeitura de Andrelândia, na mesma região. Como era época de campanha política, foram contratados por um candidato para realizar 30 apresentações. A dupla estava de volta. Em 1999, gravaram novo CD, com repertório variado, incluindo dois pagodes sertanejos, ao estilo de Tião Carreiro. Gravaram mais alguns discos até que se separaram definitivamente.
Matogrosso passou a cantar com seu sobrinho Isaac Júnior, com quem gravou um disco, e depois consequentemente passou a cantar com Rafael Belchior, com quem gravou um disco recentemente.
Mathias por sua vez formou dupla com Mattão, com quem já gravou alguns discos.
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Texto: Sandra Cristina Peripato
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