Luiz Carlos Paraná nasceu em Ribeirão Claro, no estado do Paraná, em 15 de março de 1932, e faleceu em São Paulo/SP em 03 de dezembro de 1970. Trabalhou no campo até os dezenove anos de idade.
Mudou-se para o Rio de Janeiro nos anos 50 onde trabalhou como comerciário e dividiu com João Gilberto um quarto em uma pensão carioca.
Na época, tocava em várias boates cariocas. Anos mais tarde mudou-se para São Paulo. Durante muitos anos foi o responsável artístico do famoso João Sebastião Bar, situado no centro de São Paulo. O bar privilegiava o melhor da música popular brasileira, tanto os valores já consagrados na época, quanto os novos valores emergentes, como Chico Buarque que, no início da década de 60, levado por Jorge Mautner, fez a sua primeira apresentação em público. Em São Paulo abriu um barzinho onde recebia amigos para noitadas de violão, mais tarde, transformado na Boate Jogral, ponto de encontro de intelectuais, músicos, poetas e compositores, entre os quais, Paulo Vanzolini, com quem fazia porfias (desafios de moda-de-viola) no palco do bar.
Em 1964, sua composição "Queria" foi gravada pelo cantor Carlos José.
No ano de 1966 Elza Soares interpretou "De Paz e Amor" (Luiz Carlos Paraná e Adauto Santos), obtendo o segundo lugar no "2º Festival da Música Popular Brasileira da TV Record".
Em 1967 gravou em compacto simples com as composições "Capoeira do Arnaldo" e "Napoleão", ambas de autoria de Paulo Vanzolini. Neste mesmo ano, Roberto Carlos interpretou "Maria, Carnaval e Cinzas" no "3º Festival de Música Popular Brasileira", classificada em 5º lugar, posteriormente gravada em LP pela CBS. A canção também acumulou um registro na voz do compositor, este, no disco do festival, lançado pela gravadora Philips. Ainda em 1967, interpretou de autoria de Paulo Vanzolini "Samba do Suicídio", incluído no disco da "1ª Bienal do Samba", lançado pela gravadora Continental.
Em 1968 a boate Jogral foi transferida da Galeria Metrópolis para a Rua Avanhandava.
No ano de 1969, em São Paulo, realizou, no TBC (Teatro Brasileiro de Comédia), de São Paulo, a montagem do musical "Jogral 69 ou Os Homens Verdes da Noite".
Em 1970 participou e fez a produção do disco "Jogral 70", lançado pela RGE. Neste mesmo ano, gravou várias composições suas para lançar em seu primeiro LP solo, que não chegou a terminar e que só seriam usadas cinco anos mais tarde por Marcus Pereira.
No auge do sucesso, Luiz começou no final da década de 60 a sofrer os primeiros prenúncios mais sérios de que sua saúde andava comprometida. Fora vítima, quando jovem, de uma febre tifoide, que resultara numa cirrose, sem que nunca tenha posto na boca uma só dose excessiva de álcool. O mais conhecido boêmio do país tornou-se abstêmio e só tomava leite - como que para coroar sua infância de entregador na cidade de Ribeirão Claro. Após alguns meses internado no Hospital Oswaldo Cruz, Luiz sofreu sua última hemorragia e teve como causa da morte, as varizes no esôfago que tanto limitaram sua dieta ao longo dos últimos tempos. Faleceu no dia 03 de dezembro de 1970.
Texto: Sandra Cristina Peripato