Honeyde Bertussi nasceu em São Jorge da Mulada, distrito de Criúva, no estado do Rio Grande do Sul, em 20 de fevereiro de 1923, e faleceu em Porto Alegre, em 04 de janeiro de 1996.
Adelar Bertussi nasceu em Caxias do Sul, no estado do Rio Grande do Sul, em 15 de fevereiro de 1933.
Juntos os dois irmãos formaram durante a década de 50 a dupla de acordeonistas "Irmãos Bertussi", responsáveis pela expansão e divulgação da música regionalista.
Os "Irmãos Bertussi" marcaram a época na música brasileira a partir de 1955, porém a saga desta família italiana atravessa todo o século XX na música do Rio Grande do Sul, iniciando-se com a chegada de João Bertussi Filho (pai de Fioravante Bertussi) na leva de imigrantes XIX. Estabelecidos na região serrana, "Os Bertussi" difundiram instrumentos musicais (especialmente a gaita) através de seu entreposto comercial. Criaram uma escola musical baseada na técnica apurada e na leitura musical. Isto os diferenciou na música regional. Fioravante era um clarinetista estudioso e tornou-se regente de uma das primeiras bandas serranas. Os filhos estudaram teoria musical o colheram o que de melhor havia em folclore e gêneros regionais diretamente das fontes. Aliás, não só viviam essas realidades cotidianas, como logo eles próprios tornaram-se fontes. Talvez a cultura gaúcha nem possa dimensionar ainda a influência e real importância dos "Bertussi", mas, eles representam diretamente a ascendência italiana na sociedade gaúcha do século XX e todos os seus significados. Veremos que no começo do século os temas recorrentes são sobre a índole musical gaúcha, que predominavam os temas tristes, sombrios e carregados. Em contraponto a este debate, "Os Bertussi" infundem uma escola musical de baile, com música apropriada para a dança e a alegria característica do povo italiano. Somando a isso, ainda há que se frisar o aspécto importante do espírito inovador destes músicos.
A primeira grande revolução que causaram foi a de utilizar dois acordeons ao invés da costumeira dupla violão/acordeon. Isto só foi possível, porque Adelar e Honeyde eram exímios instrumentistas e escreviam as partituras rearranjando os temas de modo que os instrumentos se completassem. Era como um só acordeon tocando a quatro mãos. Anos depois, já no início dos anos 50, incorporaram a bateria ao baile gaúcho. Bateria era, então, um instrumento utilizado pelos jazzistas e havia entrado no Rio Grande do Sul a partir de 1924. "Os Bertussi" sabiam o que queriam. Na época não existiam equipamentos de som (microfones, amplificadores e caixas de som são coisas dos anos 60). Precisavam de volume, de potência sonora para os bailes cada vez maiores. Assim é que "Os Bertussi" estiveram na linha de frente da música ao gravar temas eruditos em acordeon para o mercado nacional e ao revolucionar a execução musical dentro do estado. Esta saga vitoriosa cruza todo o século XX e adentra o século XXI.
Adelar e seu irmão foram os pioneiros da música tradicionalista gaúcha, e também foi o primeiro grupo a incluir a bateria em bailes, fato inédito, porque na época os artistas se apresentavam nos bailes com um pandeiro, uma gaita, um violão e um bumbo legüero. O cantor Adelar Bertussi é hoje referenciado como um símbolo do tradicionalismo. Adelar deixou "Os Bertussi" no ano de 1998, e passou o cargo para seu filho Gilney Bertussi.
O conjunto "Os Bertussi", liderado agora por Gilney Bertussi, filho de Adelar, continua a gravar discos e a animar bailes com o estilo inconfundível. Não é à toa que eles se referem constantemente à "Música Bertussi". Com toda a razão, eles criaram escola. Hoje Adelar apresenta-se em shows pelo Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. |