Geraldo Lopes da Silva (Geraldo Viola) nasceu no dia 01 de novembro de 1948, em Palmerina, no estado de Pernambuco. Passou a residir em Itanhaém, no Litoral Sul do estado de São Paulo, com apenas 3 meses de vida e, alguns dias depois, foi registrado na cidade de Santo André, no ABC paulista.
Geraldo cresceu juntamente com pescadores do Litoral Sul de São Paulo, e ajudava-os a separar os peixes que eram vendidos nas barracas à beira-mar.
O bom gosto musical começou quando cursava o segundo ano primário quando, tocando tamborim, formou na escola um trio, juntamente com os amigos Getúlio e Valter, que tocavam cavaquinho e violão, respectivamente. Faziam a festa da turminha, cantando músicas do repertório do "Trio Irakitan" e também do repertório de Teixerinha.
Aos 10 anos de idade, Geraldo trocou Itanhaém pela capital paulista e passou a cantar sozinho.
Em 1964, aos 15 quinze anos, formou com outros três amigos o grupo "Os Filhos do Sol", no Parque São Lucas, bairro da Zona Leste de São Paulo. E foi nessa época que Geraldo teve os primeiros contatos com a viola caipira.
Tendo como referência intérpretes como Zé Carreiro e Carreirinho, e Tião Carreiro e Pardinho, além de Bambico, Julião e Vanuque, em pouco tempo Geraldo passou a dominar a técnica do tradicional instrumento musical caipira e foi aprendendo sua afinação, descobrindo sua escala e desenvolvendo seu próprio método, aproveitando também um pouco da técnica de violão que já possuía.
Em 1980 foi formada a dupla "Geraldo Viola e Argemiro" a qual gravou no ano seguinte um LP que vendeu cerca de 52 mil exemplares. A dupla se desfez em 1988 e nesse ano foi formada a nova dupla "Geraldo Viola e Continente", a qual durou até 1991. No ano seguinte Geraldo formou com Darci Laurindo Barbosa a dupla "Geraldo Viola e Pantanal".
Neto e filho de violeiros, Darci Laurindo Barbosa, nasceu na cidade de Manduri, no estado de São Paulo, em 18 de dezembro de 1950. Aos sete anos, começou a aprender a tocar viola, com seu pai senhor João Laurindo Barbosa, que era violeiro, catireiro e grande compositor sertanejo raiz, na sua violinha de cravelhas de madeira, Seu João Laurindo Barbosa tocava e cantava com seu irmão José Laurindo entre muitos outros companheiros. Com nove para dez anos já ajudava a fazer o dueto com seu pai nas festas, que ele freqüentava constantemente, mas aos onze anos já formou sua primeira dupla mirim com o amigo Alcides Carlos de Lacerda (dupla Laurindo e Lacerda, por vezes chamada de Darci e Guaci, este era o apelido de infância de Alcides) e que se apresentava em festas e circos que instalavam no bairro, especialmente o “Circo do Margarito” (foi feito um registro fotográfico dessa dupla, porém essa foto foi extraviada, não se tendo notícias dela). Mas foi ao final de 1966, ao lado de seu amigo Benedito Simão da Costa, que formou se a dupla “Nino e Neno” e que participava todos os domingos pela manhã do programa sertanejo da Rádio Difusora de Piraju, que mais tarde passou a denominar se Radio Piratininga (não há registro fotográfico desta formação). Em meados de 1968 Benedito, o “Neno”, alçou vôos mais altos partindo para a capital paulista onde, ao lado de Tião Ferreira, formou o fabuloso trio “Os Amantes do Luar” e passou a adotar o nome de Naraí.
Porém, Naraí não teve muita sorte nessa jornada, uma vez que Tião Ferreira logo depois veio a falecer e Naraí passou a compor o trio com Tião Vilela, que também faleceu logo depois. Naraí abandonou a jornada na capital e regressou para Manduri onde formou o Grupo “Os Bailanteiros” que tocava bailes na região. Entretanto no dia 15 de outubro do ano 2000, em uma apresentação na cidade de Bernardino de Campos, Naraí, que tocava bateria no grupo, sofreu um infarto fulminante, vindo a falecer em pleno palco, lugar que ele sempre preferiu para exibir a sua arte. Com a saída de Neno, para São Paulo, Darci passou a se apresentar no programa da Rádio Difusora, ao lado de seu Irmão Hélio numa dupla denominada “Bilo e Belo”. Nesse período foram vários convites no sentido de mudar se para São Paulo e ingressar na radiodifusão na capital, mas sua opção foi prosseguir seus estudos. Em 1972 mudou se para Botucatu, onde iria exercer função pública junto a Faculdade de Medicina (FMB), hoje UNESP. Nesse tempo ingressou no curso de Administração de Empresas na UNIFAC (do Grupo Fundação Toledo de Ensino) graduando se Administrador de Empresas, cuja função exerceu na UNESP até aposentar-se. Cursou ainda Especialização em Matemática Comercial e Financeira, Pós Graduação em Administração Hospitalar, na Escola São Camilo e Pós Graduação em Economia do Trabalho, na Universidade Estadual de Capinas – UNICAMP, tendo concluído em 1992. Em 1973 formou com Paulo Afonso T. de Freitas a dupla “Platão e Platiní” que se apresentava na Rádio Emissora PRF-8, até 1975 e posteriormente na Rádio Municipalista também de Botucatu, entre 1979 e 1982 bem como participação em programas de TV como o Programa Viola Minha Viola, da TV Cultura, apresentado na época por Moraes Sarmento, mais tarde por Inezita Barroso. A dupla permaneceu até 1982.
Em 1976, conheceu Osvaldo Policastro (que era tio do empresário Hamilton Regis Policastro – HRP) e mais tarde formou com ele a dupla “Porto Quinze e Pantanal”, que foi administrada por Hamilton, realizando shows e viajando ao lado de muitos artistas conhecidos, como João Paulo e Daniel, que estavam em início de carreira (foi justamente num show de Porto Quinze e Pantanal na cidade de Pardinho que Hamilton conheceu João Paulo e Daniel (que usavam o nome de José Neri e Daniel, foi por ocasião da primeira gravação de passaram a usar o nome João Paulo). Porto Quinze e Pantanal permaneceu em atividade até fins da década de 80.
Em 1992, ao passar diante de uma república de estudantes da UNESP, ouviu alguém cantando, sozinho, músicas de Tião Carreiro. Era nada mais, nada menos, que Geraldo Lopes da Silva, que visitava junto com seu amigo Clóvis Tibúrcio Resende, este pai de um dos alunos. Aproximando-se, começou a duetar com Geraldo, o que chamou a atenção de todos. Ato continuo foi até sua casa buscar o violão, tendo passado a tarde toda cantando com Geraldo. Na opinião dos presentes, parecia dupla que já ensaiava há muito tempo, tão perfeita foi a harmonia das duas vozes. Por sugestão do senhor Clóvis, Geraldo passaria a adotar o pseudônimo de Geraldo Viola. Estava formada ali, em 1992, a dupla Geraldo Viola e Pantanal. Em princípio de 1993 foi feita uma gravação para divulgação em Fita Cassete (que era muito comum para a época), contendo 13 obras conhecida do meio sertanejo, como Pai João, Mineiro de Monte Belo, Boi Soberano, entre outras.
Já em 1994, foi feita outra gravação para divulgação, também em Cassete, com 12 obras, que viria mais tarde servir como base para o CD da dupla.
Em 1995, foi feito, nos estúdios Frutos da Terra, a gravação, que foi salva em DAT (Digital Áudio Tape), que serviria de matriz para a gravação do CD "Comitiva da Saudade". Esse DAT foi enviado para Manaus, para uma empresa chamada Sonopress, que gravou o primeiro CD de Geraldo Viola e Pantanal, intitulado "Comitiva da Saudade". Essa gravação que também foi apenas para divulgação, saiu no dia 31 de maio de 1996, e foi feita uma tiragem de dez mil cópias, que foram distribuídas para emissoras de Rádio e TV e para promotores de festas e eventos.
Nessa época o senhor Junior, filho do seu Geraldo Nunes, possuía um selo denominado “Alfa Music” e lançou uma segunda edição do CD, agora com o título “Viola na Tuia”.
Logo depois seu Geraldo Nunes cria a “Allegretto” e lança a terceira edição com o título de "Raízes da Viola".
Geraldo Viola e Pantanal permaneceu em atividade nesta primeira fase até 1998, tendo sido a última apresentação na Festa do Peão de Barretos em agosto. Nessa época Geraldo já havia se mudado para Ituiutaba/MG e, em função da atividade profissional junto à UNESP, tornou-se inviável a continuidade. Pantanal chegou atuar em algumas formações de curto prazo na cidade de Assis (com Newton Sousa – já falecido - a dupla Ton Carreiro e Pantanal), com o senhor José Venâncio, a dupla Pantanal e Ferreirinha, um dos remanescentes da dupla João Ferreira e Ferreirinha (este também já falecido). Formou ainda na década de 2000, com Abel Geracino, a dupla Azulão e Pantanal, que gravou 4 CDs.
Esta dupla permaneceu até 2011, quando Geraldo, depois de tentar várias parcerias, sem êxito, decidiu convidar para retomar as atividades da dupla Geraldo Viola e Pantanal. Em dezembro de 2011, volta a antiga formação e em 2012, lança o CD “Navalha da Justiça” que alcançou grande sucesso. Em 2013 iniciou se a gravação do terceiro CD, cujo título seria “O estilão está de volta”, obra esta, que parou com apenas 4 faixas gravadas, uma vez que no dia 31 de agosto de 2013, Geraldo veio a falecer na cidade de Barretos, vítima de um câncer de próstata. Com a falecimento de Geraldo, por sugestão do irmão Ismael Laurindo Barbosa, veio a formação com Alexandre Bisinotto, de uma nova dupla: Alexandre Viola e Pantanal, numa passagem muito rápida, com apenas um CD gravado.
Posteriormente, vieram outras tentativas, uma com Eliseu Bruno - “Bruno Viola e Pantanal” e também com José da Silva, “Flor do Campo e Pantanal” estas sem nenhuma obra gravada. Em meados de 2017, também por sugestão de Ismael, busca nova formação ao lado de José Carlos Ferreira, a dupla com a denominação de “Carlos Augusto e Pantanal” que permanece até o momento, tendo gravado o CD “Meu Recanto”.
Além das obras registradas no CD, há ainda uma gravação avulsa da música "Olho de Vidro" de autoria de José Batista, Manoelito Nunes e Valderi.
Jesus Divino Guedes (Dino Guedes) nasceu no dia 18 de abril de 1960, em Santa Vitória, no estado de Minas Gerais, no distrito de Perdilândia, pequeno povoado na divisa dos estados de Minas Gerais e Goiás. Às margens do Rio Paranaíba, Dino acompanhava seu avô materno em suas pescarias, e nas horas de folga, ajudava seu pai na lida com o gado.
Seu pai, o Sr. Domingos de Freitas Guedes, era boiadeiro de profissão, além de violeiro e cantador nas festas de Folias de Reis e também era catireiro por tradição (a Família Guedes - Catireiros de São Simão/GO).
Com apenas 7 anos de idade, Dino acompanhava seu pai e dois irmãos mais velhos em pequenas viagens tocando boiada, conduzindo a madrinha e o cargueiro, e nas pousadas da boiada, seu pai lhe ensinava as primeiras lições com o berrante e ensinava alguns passos da dança da catira. Acordavam bem cedinho, quando o sol surgia.
Dino passou a freqüentar os bancos escolares aos 11 anos de idade e, dois anos depois, passou a morar em Ituiutaba/MG, onde continuou com os estudos. E foi nesse período que faleceu seu pai e, conseqüentemente, Dino passou a trabalhar no comércio, ficando o estudo para o período noturno, além da responsabilidade de cuidar dos demais irmãos, juntamente com sua mãe, Dona Lorica. Em meio a tais dificuldades, Dino batalhou e chegou à universidade, tendo cursado Administração de Empresas e Ciências Contábeis. E foi somente no período universitário que Dino retomou o sonho de seguir carreira musical. Em festinhas com amigos, despedidas de solteiro, participação no Coral da Igreja e em noites de serenatas nas quais Dino tocava seu violão.
Dino Guedes levou a sério a vida profissional, tendo trabalhado em lojas de materiais de construção e também numa fábrica de cimento, além do negócio próprio que passou a tocar em 1990. Foi também professor universitário, tendo ministrado aulas em cadeiras diversas, destaque para Administração Mercadológica e Marketing, além de ter sido pós-graduado em Contabilidade, Análise e Gerenciamento pela UFU-MG e Comunicação e Marketing pela Fundação Cásper Líbero em São Paulo/SP.
No entanto, da vida de menino da roça ao empresário e professor universitário, Dino sentia que ainda havia um vazio, uma certa angústia, frustração. Algo como que uma sensação de incapacidade. E foi desse desconforto que surgiu o "Projeto Brasil Sertanejo" que tem como objetivo o resgate e a preservação da cultura sertaneja, dando oportunidade aos mais jovens para poder usufruir dessa maravilhosa expressão de vida.
Para realizar esse projeto, sabia que precisaria de um bom parceiro. Foi quando Dino formou a dupla com Geraldo Viola, que era seu grande amigo, além de ter sido seu professor de viola, enfim, alguém a quem Dino Guedes admirava intensamente.
A versatilidade da jovem dupla passou a surpreender o Brasil inteiro, no resgate de grandes sucessos dos mais diversos compositores e poetas, além de composições próprias inéditas e também músicas inéditas de novos compositores.
Geraldo Viola e Dino Guedes possuem um amplo repertório, com mais de 400 músicas, incluindo todos os estilos, principalmente na música caipira raiz, além de ritmos característicos como xote, arrasta-pé, vanerão, balanço, guarânia, rasqueado, canção rancheira, batidão, valseado, cururu, querumana, cateretê, além das modas de viola e do pagode caipira!
Como nem tudo é perfeito, a dupla "Geraldo Viola e Dino Guedes" continuou existindo com o mesmo nome e mesma grafia, no entanto, o Geraldo Viola da formação inicial da dupla formou por um curto período uma nova dupla com o Paranaense, da dupla Goiano e Paranaense. A dupla Geraldo Viola e Dino Guedes original durou até o ano de 2008.
Geraldo Viola, passou a escrever seu nome com "dois éles" no nome da nova dupla formada com o Paranaense (Geralldo Viola e Paranaense) para diferenciar do nome da dupla anterior, já que o Dino Guedes formou dupla com novo parceiro, mantendo no entanto, o nome original da dupla "Geraldo Viola e Dino Guedes".
Geraldo Viola e Dino Guedes continuou existindo como dupla, no entanto, não era mais o Geraldo Viola do início da respectiva dupla; era um novo parceiro (Alexandre Bisinotto) nascido na cidade de Ituiutaba, no estado de Minas Gerais. E o Geraldo Viola da respectiva dupla, em seu início, era o mesmo Geralldo Viola que integrou a dupla "Geralldo Viola e Paranaense", de curta duração, já que a dupla Goiano e Paranaense voltou a se unir no início de 2009.
Geraldo Viola chegou a cantar em dupla com Pantaneiro, que era na verdade o Marcão, que tocava violão com a dupla Divino e Donizete, além de também ter participado eventualmente em apresentações das duplas Liu e Léu, e Zeca e Zico Filho.
Geraldo Viola, algum tempo depois, voltou a cantar em dupla com Darci Laurindo Barbosa, o Pantanal, e a dupla durou até o dia 31 de agosto de 2013, quando Geraldo, vítima de câncer, veio falecer em Barretos/SP.
Geraldo Viola e Dino Guedes gravaram 07 CDs e um DVD. Formação em 1998, quando gravaram o primeiro CD "Brasil Sertanejo", em seguida no ano de 2000 estrearam na televisão, na Rede Vitoriosa (SBT Minas), com o projeto "Brasil Sertanejo", um programa regional com o objetivo de resgatar e preservar a cultura da música sertaneja raiz. Em 2001 gravaram o CD intitulado "As Melhores do Brasil Sertanejo", e 2002 de músicas autorais e inéditas "Presa Acuada". Em 2003, veio o CD "Do Jeito que o Povo Gosta" e em 2004 o CD "Abrindo o Baú". Em 2005 veio o tão sonhado projeto de gravação do DVD contemplando os maiores sucessos da dupla. Em 2006 gravou o CD "Batidão Lascado", e em 2008 o CD "Ando Falando Sozinho".
Em 2016, a dupla volta a trabalhar bastante e projetam a gravação do segundo DVD. |