Olá amigos, estamos juntos aqui neste espaço que falamos de Música Caipira. Vamos recordar "histórias circenses" vividas por Tonico e Tinoco há algumas décadas passadas. Sempre com a agenda lotada, a Dupla Coração do Brasil percorria todo o país apresentando suas peças teatrais circenses. No total escreveram e produziram 25 peças, sempre levando o tema de músicas famosas como: Tristeza do Jéca, Cabocla, Mão Criminosa, Lar Feliz entre mais duas dezenas de títulos. E foi em um final de ano, que Tonico e Tinoco partiram de São Paulo para a cidade de Morrinhos/GO onde se apresentariam num circo na Praça Central. Naquela época não tinha muita comunicação, por isso quando a dupla chegou a Morrinhos o circo já tinha ido para uma cidade próxima. Pararam em um posto de combustível para informar à localidade que o circo tinha partido. O Tinoco calculando a quilometragem percebeu que não conseguiria chegar por falta de gasolina. Eles tinham levado o dinheiro certinho para chegar até lá. O dono do posto então ofereceu de encher o tanque, e na volta eles pagariam. Assim foi feito e no dia seguinte passaram pra acertar a despesa. Mas o destino realmente existe. Foi no ano de 1990, em uma viagem indo para a cidade de Anápolis/GO paramos para almoçar em um restaurante. E mais uma vez o Tinoco recordando as histórias para um jovem que era proprietário do restaurante comentou da viagem a Morrinhos. E qual a nossa surpresa, ao saber que aquele jovem era "neto" do dono do posto de combustível. O avô não vivia mais, mas a história com Tonico e Tinoco fazia parte da sua vida.
No ano de 1966, o cantor Jair Rodrigues ganhou o Festival Internacional da Canção com a música Disparada (de Geraldo Vandré e Théo de Barros). A Disparada dividiu o primeiro lugar com a música A Banda de Chico Buarque de Holanda. Mas uma parte da história aconteceu com Tonico e Tinoco.
A Gravadora Chantecler apostando na vitória da música Disparada levou a dupla Tonico e Tinoco para o estúdio e gravou a canção. Segundo Tinoco me contava, passaram uma tarde e parte da noite/madrugada colocando voz. Para eles a melodia era diferente, com variações de arranjos. Mas no final saiu perfeito. Quando Jair Rodrigues ganhou o Festival, a Gravadora Chantecler na manhã seguinte distribuiu para todo Brasil a música Disparada em compacto simples, onde o lado B tem a música Coco no Ceará (Tonico, Tinoco e Cotoco) - CHANTECLER - C-33.16135.
Mas a história com Festivais não parou por aí. Então Tonico e Tinoco resolveu participar do V Festival Internacional da TV Globo em 1970. A dupla interpretou canção "Rio Paraná". Com os arranjos do Maestro Duprat, Tonico e Tinoco brilharam como interpretes e ídolos nacionais.
Neste ano o vencedor do Festival foi o cantor Toni Tornado com a Música BR-3.
Era a época da Ditadura Militar, as letras de protestos desafiavam as autoridades. A dupla Tonico e Tinoco seguiam seu caminho, levando a sua legião de fãs músicas de boas mensagens que se enraizaram em nosso cancioneiro nacional.
Deste Festival Tinoco recordava das "vaias", que todos participantes recebiam. Era assim que o público aplaudia todos concorrentes que ali passaram.
Hoje vamos relembrar a aquisição do primeiro carro da dupla Tonico e Tinoco.
Na década de 40 a dupla apresentava-se na Rádio Difusora de São Paulo, no Bairro do Sumaré. O ponto final do ônibus era no Cemitério da Consolação. O resto do caminho, os Irmãos Perez percorriam a pé.
Resolveram então comprar um carro. O "Zé Melado", era artista circense que tinha um Chevrolet 1935. O Zé disse apenas que o carro o era de Praça (o que eles nem sabiam o que era).
Depois de olhar o carro fizeram o negócio. Pagaram a metade do valor e combinaram de mais 30 dias para buscar o restante.
O tal carro estava "judiado" demais. Na verdade a dupla se arrependeu de ter comprado.
E quando o Zé Melado veio buscar o dinheiro o Tinoco disse a ele:
- Eu perco a entrada, mas você leva o carro. E o Zé Melado respondeu:
- Eu perco o restante, mas você fica com o carro.
Para conseguir manter o carro, Tinoco ficou sócio de uma oficina mecânica na Mooca. Depois que deu uma "ajeitada" no possante, e conseguiu um comprador do interior.
No dia da venda para garantir que ele não voltaria, Tinoco levou o carro até a saída de São Paulo.
Depois de dois anos encontraram o comprador num circo no interior de São Paulo. Ele estava "bravo" e sentado na primeira fila das cadeiras.
Quando acabou o espetáculo, o Tinoco foi ao comprador, e com um sorriso malandro perguntou:
- E como que está o "bichão"? Ele me respondeu sem sorrir:
- Bichão? Perdi meu sítio e quase que perco a mulher!!
Mostrando surpresa o Tinoco retrucou:
- Mas alguma coisa aconteceu na viagem?
Ele respondeu: - Atropelei uma vaca na estrada.
Aliviado o Tinoco respondeu:
- Então foi isso, na minha mão esse carro só me deu alegria!
Por essa eles escaparam.
Mais uma vez estamos de volta aqui no Clube do Caipirão para nosso encontro costumeiro. E hoje vamos falar da Rádio Bandeirantes na carreira de Tonico e Tinoco
Depois de quase 20 anos de Rádio Nacional, a dupla mudou de prefixo, e foram a para Rádio Bandeirantes de São Paulo em dois horários diários:
das 06:00 as 06:30 da manhã com o Programa "Onde Canta o Sabiá", e a tarde as 18:00 horas em ondas curtas, com o tradicional "Na Beira da Tuia".
Juntamente com esta programação ainda participaram simultaneamente nas seguintes emissoras:
Cadeia Verde Amarela, Rede Hene Maru e Shell do Brasil de Rádio, Rádio Cacique de São Caetano/SP (hoje Tupi AM/FM), Rádio Record de São Paulo na Linha Sertaneja Classe A), Rádio São Paulo (da Rede Bandeirantes de Rádio), Rádio B2 de Curitiba/PR e a antiga Rádio Nove de Julho/SP.
Muito artistas apresentaram-se nos programas, tornando-se um ponto de encontro semanal de Violeiros na Rádio Bandeirantes.
Toda correspondência era respondida com uma carta padrão, que ainda muitos fãs guardam com carinho.
Muitos companheiros trabalharam ao lado de Tonico e Tinoco, como:
Carlito Martins, Joanito, Nascim Filho, Jose Russo, Nhô Zé, José Béttio, José Rosa, Sebastião Victor, Biguá, Carlos Alberto (Calé), Dárcio Ferreira, Capitão Furtado, Capitão Barduíno, Lulu Benencasi, Darcio Arruda, Cunha Neto e Heitor Martins.
Um fato engraçado que aconteceu na Rádio Bandeirantes foi o dia que uma senhora apareceu cobrando um violão que o Tonico tinha prometido a ela. E não teve jeito, após o programa, levou a mulher até as Lojas Del Vecchio, e comprou um violão para a fã.
Nesta época o Salomão Esper (jornalista ainda hoje da Rádio Bandeirantes), era diretor de programação da emissora, e convocou a dupla para uma reunião.
No início ele encheu de elogios a dupla, e depois falou que a rádio precisava mudar a programação, e que o programa da manhã passaria para as 04:00 horas. O Salomão preparou um monte de planilhas e papéis para convencê-los.
O Tonico fez que entendia tudo, e também quis agradar o amigo dizendo:
- Puxa, que bão!!! Quem fez tudo isto?
O Salomão alegre respondeu: fui eu mesmo Tonico!!!
E o Tonico respondeu:
- Tá muito bão, mais pra nóis não serve. A gente fica com o mesmo horário.
Essa frase do Tonico é usada até hoje pelos amigos Salomão Esper e José Paulo de Andrade, Comandantes do Jornal Gente – diariamente a 08:00 da Rádio Bandeirantes.
Em 1958, foram convidados a fazer o primeiro LP com 12 faixas da música sertaneja. A princípio achavam que não daria resultado, pois os fãs estavam acostumados com o disco de 78 rotações onde cabia apenas uma música de cada lado.
E assim gravaram o LP "Tonico e Tinoco com Suas Modas Sertanejas". Foi um sucesso de vendas. Ainda neste ano, o Brasil conquistou a primeira Copa do Mundo, e lançaram a música "Esquadrão Brasileiro", onde homenagearam a Seleção Canarinho.
Nesta época o Programa "Na Beira da Tuia" na Rádio Nacional de São Paulo (hoje Rádio Globo), atingia grande audiência em todo o Brasil, e cada música lançada logo virava sucesso em pouco tempo. A qualidade de som melhorou muito com a chegada dos LPs 33 rotações. Os estúdios de gravação também se atualizavam para se adequar aos novos padrões de gravação.
A Editora Luzeiro lançava simultaneamente os livretos com as letras das músicas. Ainda hoje esses livretos são disputados por fãs e colecionadores de Tonico e Tinoco. Dentro do sucesso editorial a Dupla Coração do Brasil lançou ainda:
- Método de Viola
- Vila do Riacho (Livro de estórias)
- Histórias e Sucessos de Tonico e Tinoco (Livro)
Como vimos, a década de 50 foi recheada de glória para Tonico e Tinoco. E para fechar com chave de ouro foi no final dessa década que a dupla gravou um dos seus maiores sucessos: Moreninha Linda.
NOSSA SENHORA APARECIDA
José Carlos Perez (Zeka Perez)
20/02/2014
Neste ano de 2014 a dupla Tonico e Tinoco completa 79 anos de história. Com certeza o maior desejo do Tinoco, era o de divulgar a história que escreveu junto com seu irmão.
E vamos lá para mais uma passagem da carreira da dupla Tonico e Tinoco:
- Todos sabem da devoção que Tonico e Tinoco tinham por Nossa Senhora Aparecida. Foram inúmeras canções dedicadas a Mãe Aparecida, peças teatrais circenses e vários depoimentos que a dupla registrou por todos esses anos.
Um fato marcante ocorreu em uma noite de muita chuva em que a dupla viajava pela região de São Carlos, estado de São Paulo. O Tinoco dirigia com muito cuidado, pois a visibilidade estava quase zero por causa da chuva.
A estrada estava vazia, quando de repente um caminhão em sentido contrário fez sinal para o Tinoco parar o carro. Assim que parou, o caminhoneiro avisou ao Tinoco para voltar, pois a menos de 100 metros havia caído uma ponte. O Tinoco agradeceu e voltou.
Na volta para São Carlos, Tinoco parou no posto policial para avisar da ponte que tinha caído a quilômetros atrás. Depois que comentou o policial falou ao Tinoco, que a ponte tinha caído a mais de 3 horas. E durante esse período nenhum caminhão havia passado ali.
Tinoco saiu do posto policial com a certeza que a Mãe Aparecida os tinha protegido naquela noite.
CARNAVAL
José Carlos Perez (Zeka Perez)
27/02/2014
No ano de 1938, a família Perez mudou-se para Sorocaba, na tentativa de uma vida melhor. Este ano a marchinha "Jardineira" foi lançada, e Tonico e Tinoco aprendeu e se apresentavam com seu conjunto nos bailes de Sorocaba e região.
A família Perez ficou aí o ano de 1939 em Sorocaba, mas resolveram voltar para São Manuel onde permaneceram até 1940, quando em definitivo embarcaram para a cidade de São Paulo.
Em suas "tiradas de humor Tinoco comentava:
- Quando as galinhas ouviam o barulho do carro de boi (pra fazer a mudança), já ficavam de perninha pra cima pois assim eram amarrada para não fugirem.
O outro fato que aconteceu já na cidade de São Paulo, foi quando os Irmãos Perez voltavam de uma cantoria durante a noite e cruzaram com um bloco de carnaval. O Tonico entrou no meio do bloco e na confusão um sambista pegou seu violão e saiu tocando avenida afora.
Contava o Tinoco, que o Tonico só chegou em casa quase meio dia, pois o sambista só lhe devolveu o violão no final do desfile.
ÉPOCA DOS CIRCOS
José Carlos Perez (Zeka Perez)
13/03/2014
Hoje recordando a época de circo voltamos até a década de 50. As viagens eram inúmeras, a agenda da dupla Tonico e Tinoco só tinha uma data vaga por ano: a sexta-feira santa que nunca trabalharam.
Foi em um desses circos que um funcionário pediu pra tocar na viola branca que pertencia ao Tinoco. De pronto Tinoco mostrou alguns ponteados, foi assim primeiro encontro entre Tinoco e Zé Mineiro. Mais tarde Zé Mineiro passaria a chamar-se "Tião Carreiro".
Em alguns encontros posteriores que presenciei, compartilhei a alegria que existia entre os amigos Tinoco e Tião Carreiro. E todas as vezes Tião Carreiro lembrava do dia que conheceu o Tinoco no circo, e aprendeu os primeiros acordes.
Vários sucessos foram gravados pelas duplas de amigos como: Rei do Gado, Encantos da Natureza, Ferreirinha, Cavalo Zaino, O Menino da Porteira entre tantos outros.
No LP 38 Anos de Tonico e Tinoco, onde a dupla recebeu os convidados, o amigo Tião Carreiro tomou parte em uma faixa, cantando um samba caipira "A Cuíca Tá Roncando". Essa amizade perdurou até o falecimento de Tião Carreiro em 1993.
Outra curiosidade nos remete a uma apresentação da dupla Tião Carreiro e Pardinho na década de 80, quando um jovem pediu pra tocar na viola do Tião Carreiro. O nome deste jovem: "Almir Sater". É por isso que a nossa música raiz nunca morrerá.
Hoje vemos o surgimento de grandes talentos, que se referem aos seus ídolos com carinho.
HISTÓRIAS CORAÇÃO DO BRASIL
José Carlos Perez (Zeka Perez)
20/03/2014
Mais uma vez chegando neste espaço dedicado a memória da música caipira. Neste ano a dupla Tonico e Tinoco completa 79 de história. E por isso vamos para mais um fato que aconteceu com a dupla na década de 70.
O Brasil vivia o Regime Militar, e apenas dois partidos existiam no País: A Arena e o MDB. Ao contrário dos dias atuais, os Showmícios eram liberados em época de campanha política. Que Tonico e Tinoco entre outros artistas na época saíam de cidade em cidade sem mesmo marcarem antecipadamente o "evento" e trabalhavam todas as noites, pois o "artista" sempre arrastou multidões em praças públicas.
Foi numa dessas andanças que a dupla foi contratada para contar para o candidato a prefeito (cidade que vou omitir o nome). Tudo acertado para o show. No hotel segurança total. O Tonico gostava de sair à tardezinha para caminhar, mas ao sair do apartamento dois seguranças perguntaram o que ele precisava, pois a ordem é que eles (Tonico e Tinoco não saíssem do hotel). O Tonico sem jeito respondeu que iria até a farmácia buscar uma gilete para barbear. Os seguranças pediram o dinheiro e foram comprar.
À noite cercados de seguranças Tonico e Tinoco foram encaminhados para o palco onde acontecia o comício. Sem saírem do "carro", a dupla acompanhava o discurso inflamado do candidato.
Depois de muita espera, o próprio candidato resolveu apresentar a dupla, e o fez com a seguinte frase: Agora vou trazer um presente para vocês. Esse presente o meu adversário disse que "eles" não chegariam até o palco, pois seriam "mortos". Mas "eles" estão aqui e vivos. Com vocês, Tonico e Tinoco – A Dupla Coração do Brasil.
Na verdade, neste momento "Tonico e Tinoco" entenderam porque tanta segurança desde a chegada à cidade. O Tinoco contava que inúmeros seguranças ficaram em prontidão, armados em cima do palco. Graças a Deus nada aconteceu e o show transcorreu bem até o seu final. Voltaram para o hotel, e antes do dia amanhecer saíram rumo à outra cidade.
DR. LAUREANO
José Carlos Perez (Zeka Perez)
27/03/2014
O repertório de Tonico e Tinoco é composto por mais de 1630 músicas. Vários sucessos que se eternizaram através dos tempos. Na década de 50, o Doutor Napoleão Laureano, Médico Oncologista nascido na Paraíba, faleceu de câncer e doou seu corpo para pesquisa.
Foi então que a dupla Tonico e Tinoco gravou uma moda chamada "Doutor Laureano" contando a história deste médico. Foi um grande sucesso, e parte da arrecadação dos direitos de vendas, foram destinados a construção do Hospital do Câncer em São Paulo.
Mas foi na década de 60, que Tonico e Tinoco foram realizar um show na cidade paranaense de Londrina. Depois do show um senhor se aproximou da dupla, e pediu para que no dia seguinte passasse em seu comércio, pois gostaria de tratar sobre um assunto de interesse da dupla.
No dia seguinte, na hora marcada Tonico e Tinoco chegaram ao local marcado. Era uma casa de caça e pesca, e não demorou em que o senhor aparecesse com um sorriso para receber Tonico e Tinoco. Ao seu lado estava seu filho, um garoto de 14 ou 15 anos. Logo o pai se apressou a contar que o filho tinha um tumor cancerígeno na cabeça que segundo os médicos de Londrina não tinha cura. Restava apenas esperar o pior.
Um dia ouvindo o Programa "Na Beira da Tuia", começou a tocar a música "A Morte do Doutor Laureano". Neste momento o pai pediu ao doutor intercedesse junto a Deus e curasse seu filho. E dias depois seu filho recebeu a graça. O pai levantou o cabelo do filho e mostrou um buraco na cabeça. Disse a Tonico e Tinoco que tinha alcançado o milagre ouvindo a música. Que em troca eles poderiam levar o que quisessem da loja. Eles não queriam nada, apenas ficaram felizes pela recuperação do menino. Depois de muito oferecer, a dupla pegou um canivete cada um. Despediram da família e voltaram para São Paulo.
TONICO E TINOCO NA RÁDIO RECORD
José Carlos Perez (Zeka Perez)
02/04/2014
Estamos começando mais um passeio pela história da Dupla Coração do Brasil. Juntamente com o Clube do Caipirão, a partir de hoje esta Coluna vai para o nosso Recanto Caipira. Sejam bem vindos.
Esta semana separei um momento especial na vida de Tonico e Tinoco. Viajamos agora até o ano 1987. Depois de quase 20 anos de Rádio Bandeirantes, a os Irmãos Perez estrearam no horário nobre na Rádio Record de São Paulo.
O nome "Na Beira da Tuia" não poderia ser mais utilizado, pois a Rádio Bandeirantes registrou a marca. Além deste detalhe, a saída da emissora não foi a das mais pacíficas. O então diretor Samir Razuk, ao saber que a dupla teria novamente um programa na Rádio Record, optou por dispensá-los. No final da reunião, pediu a mim (Zeka Perez), que passasse no Departamento de RH para acertar, pois Tonico e Tinoco eram funcionários da Rádio Bandeirantes.
O último "Na Beira da Tuia" foi ao ar numa sexta-feira pelas ondas curtas da Rádio Bandeirantes, e na segunda-feira seguinte a dupla Tonico e Tinoco estreou na Rádio Record, as 20:00 horas com o Programa "Festa na Roça".
A dupla foi recebida por todos comunicadores, diretores e funcionários da emissora. Foi uma grande festa, e pra alfinetar a antiga emissora, Tinoco começou o programa dizendo que a “Tuia” da Rádio Record, estava cheinha de amigos.
Tonico e Tinoco permaneceram na Rádio Record até 1990, quando a emissora foi adquirida pelo Bispo Edir Macedo, que na época modificou toda a programação da Rádio, dispensado todos os comunicadores e diretores.
O Programa "Festa na Roça" foi campeão de audiência no horário, e praticamente encerrou a ciclo dos programas de rádio da dupla Tonico e Tinoco. Após a Record, Tinoco apresentou um programa na Tupi FM por volta de 1998 e depois em 2012 na Rádio Web Music.
Bem, por hoje é só. Desejo a todos uma semana de paz e amor, com as bênçãos da Mãe Aparecida,
TONICO E TINOCO NO TEATRO MUNICIPAL
José Carlos Perez (Zeka Perez)
09/04/2014
Mais uma vez juntos aqui no Clube do Caipirão e no Recanto Caipira. Obrigado a você que nos acompanha semanalmente. Mais uma vez, Tonico e Tinoco é o nosso destaque.
A semana passada nos referimos a época do rádio, onde a Dupla Coração do Brasil trabalhou por 50 anos sem sair do ar um dia se quer.
Hoje vamos viajar até a década de 70, já quase no seu final quando a dupla teve a intuição de realizar um evento no Teatro Municipal de São Paulo. Para o diretor do teatro parecia uma idéia absurda, mas na reunião Tinoco insistiu em reservar uma data. E foi remexendo a agenda, que o diretor achou o último horário e assim ficou combinado.
Para o desapontamento do diretor, no dia do evento ficou mais de 500 pessoas fora do teatro. Foram mais de 3 horas de show. Era a consagração da Música Caipira.
Junto com Tonico e Tinoco, participaram do evento: Sérgio Reis, Cacique e Pajé e a Orquestra de Viola de Guarulhos. Aproveitando o sucesso alcançado, a Gravadora Chantecler lançou no mesmo ano o LP "Viola no Teatro".
No início dos anos 80, Tonico lançou o livro “Da Beira da Tuia ao Teatro Municipal", onde além de relatar a trajetória da dupla, o livro continha 500 letras de músicas comentadas. O livro foi um sucesso. Hoje em dia é esgotado e tornou-se raridade. Antes do falecimento do Tonico estávamos negociando o Volume 2 com a Editora.
Nesta semana recebi a notícia que a Orquestra de Viola de Guarulhos está voltando a ativa novamente. E no mês de maio estará com uma grande programação em Guarulhos, revivendo esse momento importante da história de Tonico e Tinoco.
Bem, por hoje ficamos por aqui. Uma boa semana a todos. Que a Mãe Aparecida nos ilumine.
TONICO E TINOCO EM TOURNÊ NO RIO GRANDE DO SUL
José Carlos Perez (Zeka Perez)
20/04/2014
É um prazer estar de volta aqui no Clube do Caipirão e no Recanto Caipira. Tribunas importantes que nos dão a oportunidade de falar da carreira de Tonico e Tinoco.
Hoje viajamos até o início da década de 90, quando a dupla Tonico e Tinoco e a Banda Coração do Brasil (nesta época composta por Tinoquinho, João Pereira dos Santos e Adilson dos Santos "Baixinho"), foram contratados para uma tournê pelo Sul do Brasil. Foram 10 dias de shows em cidades diferentes. E uma dessas cidades chama-se Charrua – Rio Grande do Sul.
Nesta cidade o empresário que havia vendido o evento não quis acompanhar. Antes de chegar à cidade, o motorista foi orientado a parar numa “granja” onde se criavam porcos. Quando a dupla desceu na “granja”, foram informados que teriam que cantar para os “porquinhos”, pois o dono da “granja” descobriu que só a música de Tonico e Tinoco que ele tocava 24 horas na “granja” deixava a criação calma. Qualquer outro cantor ou ritmo não funcionava.
Tinoco se negou porque não estava no contrato e nem tinha sido informado. O dono da granja trouxe um contrato onde rezava o compromisso (do empresário que não quis acompanhar).
A dupla não cantou na “granja”. Pra descontrair um pouco, o Tinoquinho sempre com seu jeito alegre de ser, pegou o violão e saiu pela “granja” afora cantando "Chico Mineiro".
Em seguida o motorista levou a dupla e a banda para o hotel. Depois do jantar foram para o ginásio da cidade, onde fizeram um show para mais de 4.000 pessoas. Foi uma situação embaraçosa. Contando parece engraçado. Mas vocês já imaginaram a “saia curta” que a dupla Tonico e Tinoco passou na “granja” em Charrua?
Por hoje é só! A próxima semana tem mais. Abraços a todos. Que a Mãe Aparecida nos abençoe.
DOIS ANOS SEM TINOCO
José Carlos Perez (Zeka Perez)
29/04/2014
É um prazer estar de volta a essas Tribunas: Clube do Caipirão, Recanto Caipira e a partir de hoje esta Coluna passa a ser narrada por mim no Programa Menino da Porteira – do meu amigo Fabrício Ceolin da Rádio Jacuí FM de Sobradinho/RS.
Essa semana marca uma data muito importante para todos nós. Dia 4 de maio completa dois anos sem Tinoco. Peço licença, para publicar uma crônica que escrevi em homenagem ao Tinoco, que fiz depois de sua partida. Foi pensando na sua trajetória e também de outros artistas que já passaram por nosso caminho que escrevi:
A Vida é um Grande Show!
“Começa na concepção.
E no dia de nossa estréia somos recebidos com muito amor e carinho.
A platéia está repleta de pessoas que nos amam.
Desenvolvemos pequenos papéis, nosso desempenho ganha notoriedade com o passar dos atos que vão se descortinando em nossa vida.
Às vezes somos artistas principais, outros apenas figurantes.
Vem o glamour, os aplausos e enfim o sucesso.
A bilheteira da vida nos contempla e nos faz acreditar que somos imortais.
Mas o tempo é implacável.
No camarim precisamos fazer uma maquiagem corretiva, pois as marcas em nosso rosto se tornaram profundas. A nossa voz está trêmula, nossos passos mais vagarosos.
A platéia que nos ama, aos poucos partem rumo ao céu levando parte de nossa arte.
Notamos que o tempo passou, mas que também não sabemos fazer outra coisa, a não ser viver da arte.
De grandes espetáculos, passamos a fazer pequenos eventos. Observamos outras estrelas a brilhar onde outrora pisamos. Olhamos na parede e vimos as homenagens que recebemos, e ainda escutamos os aplausos que ecoam em nossa memória.
As luzes da ribalta vão se apagando, a platéia está vazia só nos resta a caminhar pelos corredores solitários do teatro da vida.
No letreiro de “Neom“ fica o nosso nome pra todo sempre.
“Saímos perambulando pelas ruas da vida, em procura de uma Porta Aberta”.
Saudades!
Bem por hoje é só. Com as bênçãos da Mãe Aparecida, deixo meu abraço.
TONICO E TINOCO NO PARANÁ
José Carlos Perez (Zeka Perez)
07/05/2014
Mais uma vez estamos juntos para mais uma passagem da carreira de Tonico e Tinoco. Sempre agradecendo aos amigos do Clube do Caipirão, Recanto Caipira e o Programa Menino da Porteira da Rádio Jacuí FM de Sobradinho/RS.
A passagem que vou contar hoje ocorreu no estado do Paraná ainda na década de 60. Nesta época o sucesso de Tonico e Tinoco já ultrapassava todos os estados brasileiros, o pedido de shows era imenso. O avião tornou-se o meio mais rápido de locomoção, proporcionando maior agilidade.
A dupla recebeu o convite para realizar um show na cidade Primeiro de Maio no Paraná. Então pediram as passagens aéreas e mais um carro para levá-los de Londrina até a cidade onde iriam realizar o show.
Desembarcando no aeroporto, a dupla ficou à espera do motorista. Aos poucos todos os passageiros deixaram a sala de desembarque. Foi quando um senhor com apenas um braço aproximou-se da dupla e se identificou como motorista. Tinoco ficou surpreso, mas embarcou no carro para prosseguir viagem. A estrada era de terra. Segundo contava o Tinoco, o motorista fumava, conversava com o Tonico no banco de trás, mudava as marchas e sintonizava estações de rádio com apenas um braço. Quando Tinoco chegou à cidade deu graças as Deus por nada ter acontecido.
Depois do show realizado, Tinoco pediu aos organizadores que outro motorista os levassem de volta, pois não gostava de “motorista fumante”. Diante dessa solicitação, de pronto os organizadores colocaram outro motorista.
Ao longo dos anos essa história sempre vinha à tona, quando a caminho de Maringá, o Tinoco relembrava entre risos. Durante a carreira muitos fatos engraçados e marcantes aconteceram com Tonico e Tinoco, e com certeza esse foi um deles.
Bem por hoje é só. Espero todos na próxima semana. Que a Mãe Aparecida nos abençoe.
TONICO E TINOCO EM CABO VERDE/MG
José Carlos Perez (Zeka Perez)
13/05/2014
Mais uma vez chegando neste espaço reservado a história de Tonico e Tinoco. São 79 anos de muitas passagens que ficaram registrados dentro da Música Caipira.
Desta vez quero contar um fato que aconteceu na década de 50. Nesta época a dupla possuía um escritório de shows e publicidades no centro de São Paulo. E foi numa tarde, que apareceu um senhor com o nome de Nenê Cabo Verde (vindo da cidade de Cabo Verde/MG) querendo contratar a dupla para uma apresentação em sua fazenda.
O senhor pagou adiantado, e deu um dinheiro a mais para as despesas. No dia marcado Tonico e Tinoco chegaram à fazenda do Senhor Nenê Cabo Verde.
Descobriram posteriormente que o dono da fazenda era o justiceiro da região. É claro que a preocupação era grande em “sair vivo” da fazenda, pois a cada instante ouvia-se tiros. Onde o Nenê pedia para eles cantarem, é lógico que Tonico e Tinoco cantavam mais que depressa.
No ano seguinte o senhor Nenê Cabo Verde voltou para contratá-los, mas o Tinoco arrumou uma desculpa e não acertou. Neste ano a dupla Serrinha e Caboclinho foram contratados, mas o senhor Nenê não gostou do comportamento de Serrinha e acabou o expulsando da fazenda. No terceiro ano o senhor Nenê voltou fazendo questão da presença de Tonico e Tinoco. Pagou o dobro do cachê, e não aceitou desculpa para a dupla não comparecer.
“Com medo de ‘‘morrer”, Tinoco passou na cidade de Poços de Caldas e contratou um “pistoleiro”. Ao chegar à fazenda, o senhor Nenê quis saber pra que tantas “armas”, e Tinoco respondeu que estava chegando de uma caçada em Mato Grosso (bela desculpa).
Pra resumir a história, durante três dias a dupla cantou apenas duas músicas. A festa era totalmente em homenagem a Tonico e Tinoco. O pistoleiro contratado por Tinoco ganhou dinheiro no mole, pois não deu nenhum tiro e ainda se divertiu a valer. Depois disso o senhor Nenê Cabo Verde nunca mais apareceu para contratá-los. Não se soube do seu paradeiro.
Apenas ficou a história que por muitas vezes ouvi quando passávamos perto da cidade de Cabo Verde no Sul de Minas Gerais.
Bem, por hoje é só. Agradeço a todos pela companhia. Desejo uma semana abençoada e produtiva a todos.
TONICO E TINOCO E O PROGRAMA "FESTA NA ROÇA"
José Carlos Perez (Zeka Perez)
21/05/2014
Mais uma vez juntos aqui no Clube do Caipirão, no Recanto Caipira e no Programa Menino da Porteira pela Jacuí FM de Sobradinho/RS. Sempre relembrando a história da Dupla Coração do Brasil Tonico e Tinoco. Então vamos lá.
No ano de 1989 Tonico e Tinoco foram contratados pelo SBT para integrarem a linha sertaneja criada por Sílvio Santos no domingo de manhã. Como o nome "Na Beira da Tuia" pertencia a Rede Bandeirantes de Televisão, o nome do programa passou a ser "Festa na Roça". O programa era de 30 minutos semanais e concorria diretamente com a Fórmula 1 quase todos os domingos. Isso na época de Ayrton Senna e Nelson Piquet. Era a vice-liderança garantida nos domingos. A linha sertaneja ainda era composta por Chitãozinho e Xororó e a última meia hora por João Mineiro e Marciano. A direção era do Carlos Franco (irmão de Moacyr Franco). A linha sertaneja durou apenas um ano, mas tornou-se um fato marcante na história da música sertaneja, pois além da linha sertaneja, Sílvio Santos criou o Programa "Musicamp" (na época no estilo do Globo de Ouro) e depois de alguns anos o programa passou a ser comandado por Gugu com o nome de "Sabadão Sertanejo".
O programa não era exclusivo de músicas de Tonico e Tinoco, e muitos convidados desfilaram durante o ano de existência. Entre eles: Agnaldo Timóteo, Roberto Leal, Milionário e José Rico, o humorista Nhô Moraes, Gilberto e Gilmar e Craveiro e Cravinho. O Robertinho do Acordeom e seu Conjunto eram músicos integrantes do programa.
Ainda neste ano, a dupla lançou o LP "Mãe Natureza" pela Gravadora Copacabana. Este foi o último LP do contrato. No ano seguinte assinaram contrato com a RGE, onde no início de 1991 lançaram o LP "Juventude no Arrasta-pé". Foi neste ano que fizeram uma participação no LP de Chitãozinho e Xororó, na música "Chico Mineiro". Mais uma vez sucesso absoluto. Os contratantes pediam que Tonico e Tinoco participassem como convidados dos shows Chitãozinho e Xororó. Entre as cidades percorridas nesta época, cito: Adamantina/SP, Itabira/MG, Guarulhos/SP (Festa da Rádio Líder FM) e São Bernardo do Campo/SP onde a Polícia Militar calculou mais de 100 mil pessoas no evento. Depois de 57 anos de carreira, a dupla Tonico e Tinoco estavam em plena atividade e com grande sucesso nacional.
Bem pessoal, por hoje é só. Espero todos na próxima semana. Que a Mãe Aparecida nos abençoe.
A SEMELHANÇA ENTRE TINOCO E GARRINCHA
José Carlos Perez (Zeka Perez)
29/05/2014
Mais uma vez estamos juntos para mais uma viagem a História de Tonico e Tinoco. Sempre nas nossas Tribunas Clube do Caipirão, Recanto Caipira e Programa Menino da Porteira na Rádio Jacuí FM de Sobradinho/RS.
E em tempo de Copa do Mundo, vamos relembrar que na década de 60, o jogador Mané Garrincha foi contratado pelo Corinthians. Junto com o Pelé, Garrincha era um grande nome do futebol brasileiro. Diariamente a Fazendinha, sede do Corinthians em São Paulo ficava repleta de fãs até mesmo para ver os treinos.
Não demorou muito para que a imprensa observasse a semelhança entre o Garrincha e o sertanejo Tinoco. Em um dos treinamentos foi marcado uma sessão de fotos onde o Tinoco aparecia vestido com a camisa do Corinthians e o craque Garrincha vestindo uma camisa do Tinoco e uma viola. Incrível semelhança.
Neste dia após a sessão de fotos, os artistas jogaram contra a equipe corintiana e o Tinoco garantia que fez um gol de “voleio” (com as pernas pra cima) como ele descrevia.
Outro encontro entre o Rei da Bola e o Rei da Viola, foi em 2003 quando o Pelé era Ministro do Esporte, e recebeu o Tinoco em uma audiência em Brasília. Como recordação Tinoco pediu uma bola autografada pro Pelé. E ainda não contente Tinoco pediu a caneta que Pelé assinou. Hoje a foto com Garrincha, a bola e a caneta fazem parte do acervo de Tonico e Tinoco.
Vale aqui um esclarecimento: o Tonico era corintiano e o Tinoco são paulino.
Espero vocês a próxima semana. Que a Mãe Aparecida nos abençoe.
TONICO E TINOCO E MÁRIO ZAN
José Carlos Perez (Zeka Perez)
06/06/2014
É uma alegria voltar ao Clube do Caipirão, ao Recanto Caipira e ao Programa Menino da Porteira, transmitido pela Rádio Jacuí FM de Sobradinho/RS.
Hoje viajamos no tempo até a década de 40, quando Tonico e Tinoco no início da carreira conheceu um sanfoneiro vindo da Itália. O sanfoneiro era Mário Zan. No ano de 1946, os três amigos desceram para a cidade de Santos/SP, e segundo contava o Tinoco tiveram que alugar os calções para tomarem um banho de mar.
Foram várias gravações, Programas de Rádio e TV e inúmeros shows realizados por Tonico, Tinoco e Mário Zan.
Certa vez Tonico e Tinoco, Mário Zan com sua banda foram convidados para tocar numa festa particular em uma residência em São Paulo.
A Banda do Mário Zan era composta de percussão, um baixo tuba, um violão e a sanfona do Mário.
A festa foi na casa do Sr. Paulo Machado de Carvalho (dono da TV Record e Chefe da Delegação da Seleção Brasileira de 1958). Quando acabou o show, o músico que tocou o baixo tuba aproveitou para abastecer dentro do seu instrumento com doces, pastéis, lanchinhos e bolos. O que o músico não contava que na saída, o público pedisse bis. O Mário Zan mesmo sabendo que a tuba estava cheia de comida, resolveu atender o público. Foi uma correria para o músico despejar as guloseimas que estavam guardadas na tuba em uma toalha.
Segundo o Tinoco, foi uma passagem muito engraçada, pois o público percebeu a situação e com vergonha o músico deixou tudo na toalha levando a tuba vazia.
A amizade era tão grande, que mesmo depois do falecimento do Mário Zan, Tinoco sempre recordava do amigo. Hoje este trio de amigos estão novamente juntos, espalhando música pela eternidade.
Por hoje é só. Que a Mãe Aparecida nos guie.
TONICO E TINOCO E NHÔ MORAES
José Carlos Perez (Zeka Perez)
11/06/2014
Mais uma semana juntos aqui no Clube do Caipirão, no Recanto Caipira e no Programa Menino da Porteira do meu amigo Fabrício Ceolin, da Rádio Jacuí FM de Sobradinmho/RS.
Entre tantos profissionais que trabalharam ao lado da dupla Tonico e Tinoco, hoje quero destacar o humorista sertanejo Nhô Moraes. Seu nome de batismo era Emílio Fíngoli, nasceu na cidade de Matão/SP. Durante sua permanência com Tonico e Tinoco, Nhô Moraes sempre se destacou com seu humor limpo e sadio. Grande companheiro de viagem do Tonico, onde o assunto principal era “piada”. Além da parte humorística nos eventos, Nhô Moraes cantava junto com o Tinoco em partes do show.
Além de fazer parte dos shows de Tonico e Tinoco, Nhô Moraes foi empresário da dupla por vários anos. Depois ainda acompanhou vários artistas como Tião Carreiro e Pardinho, Léo Canhoto e Robertinho e Mogiano e Mogianinho. Na década de 80 participou do Filme "Estrada da Vida" - Milionário e José Rico. Depois de passar por várias emissoras de TV, Nhô Moraes assinou contrato com SBT integrando o elenco da Praça é Nossa. No dia 18 de março de 2002 Nhô Moraes faleceu em São Paulo.
Nhô Moraes não precisava pintar a cara e nem mesmo falar palavrões em suas enquetes. Ainda foi compositor e cantor. A amizade entre Tonico, Tinoco e Nhô Moraes era sincera. Por isso hoje dediquei esse espaço a um artista/amigo, que muito contribuiu para o sucesso de Tonico e Tinoco.
Saudades de Nhô Moraes.
Por hoje é só. Fiquem com Deus, e até a próxima.
TINOCO É COROINHA DA IGREJA DE GUARANTÃ
José Carlos Perez (Zeka Perez)
19/06/2014
Lá vamos nós para mais uma semana de histórias de Tonico e Tinoco. Sempre agradecendo aos companheiros do Clube do Caipirão, Recanto Caipira e Fabrício Ceolin do Programa Menino da Porteira, da Rádio Jacuí FM de Sobradinho/RS.
Em ritmo de Festa Junina, hoje vamos viajar no tempo e encontrar João e José morando nas colônias, trabalhando na lavoura de café, aos fins de semana puxam o terço e depois vinha a cantoria.
A religiosidade era obrigatória, e foi neste envolvimento que José (Tinoco) virou coroinha da igreja da colônia. Além de ajudar na celebração da missa, a parte mais esperada era o "almoço". Tinoco comia muito, e o que sobrava ainda levava para os seus irmãos. Apesar dos 12 ou 13 anos, a diversão do Tinoco durante a semana era caçar passarinhos nas horas de folga.
Foi num domingo de manhã, antes da missa, que Tinoco a caminho da Igreja resolveu caçar um pouco. Na hora marcada estava lá o Tinoco pronto para ajudar a celebração. O padre ficou olhando e perguntou: você veio rezar ou caçar passarinho? Pois Tinoco tinha esquecido o estilingue no pescoço. Então o padre dispensou seu serviço, e Tinoco muito esperto chegou chorando na cozinha. A cozinheira perguntou por que estava chorando e ele contou que o padre havia mandado embora. E agora teria que ir embora com fome. A cozinheira com pena do Tinoco serviu o almoço e ainda separou uma vasilha para levar pra casa.
No meio da semana o padre foi na casa dos pais do Tinoco, e pediu que ele voltasse a ajudá-lo na igreja. Mas, sem estilingue! Foi alegria geral, pois o almoço farto de domingo estava garantido para toda a família.
Existe ainda a igreja no Bairro do Guarantã/Pratânia-SP, onde este fato aconteceu. O senhor Nelo Bravim morador do bairro, é amigo de infância do Tinoco e sempre relembra as peripécias que passaram na infância.
Por hoje é só. Desejo uma semana abençoada, esperando você em nosso próximo encontro.
Até lá.
TONICO E TINOCO NO CINEMA
José Carlos Perez (Zeka Perez)
26/06/2014
Estamos de volta com mais histórias de Tonico e Tinoco, para o Clube do Caipirão, Recanto Caipira e Programa Menino da Porteira – da Rádio Jacuí FM de Sobradinho/RS, sob o comando do meu amigo Fabrício Ceolin.
Hoje encontramos a dupla Tonico e Tinoco no início da década de 60, preparando-se para estrearem no Cinema Nacional. Na época era tudo muito caro, foi então que pela primeira vez a dupla decidiu buscar financiamento na Caixa Econômica Federal. Com o dinheiro na mão gravaram o primeiro filme, "Lá no Meu Sertão" (uma biografia da dupla até aquele momento) na cidade paulista de Descalvado. Contava o Tinoco, que durante o dia filmavam as cenas, a tardezinha voltava para São Paulo onde acompanhava a qualidade e em seguida voltava para Descalvado onde repetiam a cena ou gravavam nova sequência. Isso mesclado com muitos shows em circos, pois precisavam pagar as parcelas do financiamento na Caixa Federal. Lembrando ainda que, os programas na Rádio Nacional aconteciam de segunda, quarta e sexta-feira às 18 horas. E sempre ao vivo.
Foram seis meses de filmagem. No final de muito trabalho "Lá no Meu Sertão" teve sua estréia em circuito nacional. Sessões lotadas por interior a fora. Após o lançamento do primeiro filme, a dupla começou a gravar o segundo filme, baseado na história do Chico Mineiro. Por problemas autorais, o nome do filme é "Obrigado a Matar". Este filmado na cidade paulista de Bofete.
Os dois lançamentos ganharam LPs com as músicas dos filmes e foram campeões em vendagens na Gravadora Continental. O retorno financeiro não foi o esperado, pois os distribuidores cobravam altas taxas de serviço.
Por isso, a partir do terceiro filme a dupla era contratada como os outros atores, assim livrando-se do custo de filmagem e produção. Foram 07 filmes no total.
São eles:
- Lá no Meu Sertão
- Obrigado a Matar
- Luar do Sertão
- A Marca da Ferradura
- Os Três Justiceiros
- O Menino Jornaleiro
- A Marvada Carne
Como dizia o Tinoco, que os filmes foram uma boa divulgação para a dupla na época e vieram enriquecer a história da Dupla Coração do Brasil.
Bem por hoje é só. Forte abraço a todos que a Mãe Aparecida nos abençoe.
TONICO E TINOCO NO CIRCO
José Carlos Perez (Zeka Perez)
02/07/2014
Estamos abrindo mais uma porteira do tempo, para relembrarmos as histórias de Tonico e Tinoco. Sempre nas tribunas Clube do Caipirão, Recanto Caipira e Programa Menino da Porteira do meu amigo Fabrício Ceolin – Rádio Jacuí FM de Sobradinho/RS.
Hoje vamos recordar o tempo de circo. Era a atração nas cidades, e artistas como Tonico e Tinoco lotavam o recinto. Para quem não sabia, as prefeituras cobravam uma taxa do valor bruto do espetáculo. Mesmo com "casa" cheia, a despesa com a taxa da prefeitura se tornava cara. Foi pensando nisso, que o dono de um grande circo mandou fazer "bilhetes" pequenos, assim o porteiro misturava alguns "bilhetes" com o saco de pipoca que ficava em sua mão. Como se estivesse comendo pipoca, e depois jogava fora. Essa estratégia não deu certo segundo contava o "Tinoco", pois a certa altura da noite, o Fiscal da Prefeitura disse ao dono do circo: - Pede para o porteiro "comer" mais bilhetes de Geral, porque ele só está comendo cadeira. Na hora do acerto, o Fiscal multou o dono do circo e fez a conta pelo dinheiro em caixa, pois o porteiro tinha comido 60% da carga de bilhetes vendidos.
Não convencido, na outra praça o mesmo dono colocou o Mágico como porteiro. Aí sim deu certo. Pois mesmo com o Fiscal ao lado do mágico, ele não percebia que enquanto colocava dois bilhetes na urna, ele escondia dez na manga do paletó. Na hora do acerto foi uma briga danada entre o dono do circo e o fiscal. Pois mesmo com o circo lotado, a arrecadação pela urna não tinha chegado a dinheiro de hoje: R$ 200,00. Era a lei da sobrevivência, mas depois dessa, Tonico e Tinoco decidiram a não trabalhar mais naquele circo, pois futuramente isso poderia trazer-lhes problemas. Ficou a história. A lembrança de uma época onde o circo encantava as pessoas por onde passava. E ajudou a escrever histórias gloriosas como de Tonico e Tinoco.
Por hoje é só: vamos fechando a porteira. Prometemos voltar a semana que vem, se Deus quiser. Até lá.
TONICO E TINOCO NA TV
José Carlos Perez (Zeka Perez)
10/07/2014
É um prazer voltar para mais um encontro com os amigos do Clube do Coração, do Recanto Caipira e os ouvintes do Programa O Menino da Porteira, da Rádio Jacuí FM de Sobradinho/RS.
Ainda hoje os fãs da dupla Tonico e Tinoco se recordam do Programa "Na Beira da Tuia" tanto no rádio como também na televisão. Foi na década de 80 que o programa voltou a TV Bandeirantes, no sábado no final de tarde patrocinado pelo Banco do Brasil. Dia e horário escolhido pelo patrocinador, contrariando o mercado sertanejo que sempre exibia seus programas nos domingos de manhã. Todos os grandes nomes da música sertaneja desfilaram, alcançando grandes audiências. Todo este acervo do Programa "Na Beira da Tuia" na TV está digitalizado. Um documento histórico da dupla Tonico e Tinoco.
No início dos anos 80, acompanhando o sucesso atingido pelo Programa de TV e a grande audiência na Rádio Bandeirantes em dois horários: 05h30 – Onde Canta o Sabiá e às 18h00 – o tradicional Na Beira da Tuia (edição Rádio), os Irmãos Perez assinaram contrato com a Gravadora Copacabana. Depois de quase 40 anos de "Continental/Chantecler", a mudança para nova Gravadora foi benéfica para a dupla. Entre as músicas lançadas nesta fase, o "Baile na Roça" é sem dúvida o sucesso que até hoje roda em todas as rádios brasileiras.
Em 1988, Tonico e Tinoco volta para a TV, agora através do SBT. Então a dupla faz o caminho de retorno, voltam para a Gravadora Continental/Chantecler e lançam o LP "Festa na Roça". Foi um novo sucesso de Tonico e Tinoco e também o nome dos Programas da Rádio Record de São Paulo e aos domingos de manhã pelo SBT.
Bem, por hoje é só. Espero encontrá-los na próxima semana. Fiquem com Deus e as bênçãos da Mãe Aparecida.
TONICO E TINOCO NO INÍCIO DA CARREIRA
José Carlos Perez (Zeka Perez)
16/07/2014
Mais uma vez juntos aqui pelo nosso Clube do Caipirão, Recanto Caipira e a Rádio Jacuí FM de Sobradinho/RS, através do Programa Menino da Porteira, do Fabrício Ceolin. E vamos para mais uma viagem no tempo:
Desta vez viajamos até a década de 40, quando depois da conquista do concurso "Arraial da Curva Torta" onde foram vencedores, passaram então a fazer parte da programação da Rádio Difusora de São Paulo. Encontramos então a dupla Tonico e Tinoco iniciando suas andanças pelo Brasil.
Vale lembrar que naquela época tudo era bem mais difícil. A começar pelos meios de comunicação e transportes nada parecidos como os de hoje. A Rádio Difusora operava com 50.000 watts de potência entre as poucas emissoras que existiam no país. As viagens eram feitas através de ferrovias, pois quase nenhuma estrada brasileira era pavimentada.
Foi neste cenário que Tonico e Tinoco começaram a viajar entre cidades. Embarcavam na segunda-feira de manhã rumo à cidade mais próxima. Na chegada procuravam um local para a cantoria. Pagavam o aluguel antecipadamente. Passavam o dia inteiro divulgando o show. À noite cantavam e no final voltavam para a estação de trem, onde dormiam nos bancos até a chegada do próximo trem. Hotéis eram raros, restaurantes apenas nas grandes cidades. Foi um início muito difícil. Assim passavam a semana inteira, pois só tinham programa aos domingos pela Rádio Difusora. Contava o Tinoco que por muitas vezes passavam o chapéu no fim da cantoria ou até mesmo na estação para faturarem um dinheiro a mais depois de cantarem umas modas.
Foi a partir de 1946 que realmente a dupla decolou através de sucessos como "Chico Mineiro" e "Canoeiro". Já conhecidos através da rádio e do disco, a dupla conseguia alugar os cinemas das cidades (que geralmente pertenciam à igreja), e assim faturarem um pouco a mais. Na rádio eram contratados, e recebiam um salário mensal. Apesar de nunca tiverem sonhado com o sucesso, os irmãos Tonico e Tinoco reformularam a Música Caipira. Conquistaram seus espaços.
Conviveram com os principais nomes da nossa cultura caipira como: Cornélio Pires, Raul Torres, Capitão Furtado, João Pacífico, Angelino de Oliveira entre outros. Nesta época, a dupla lançava 04 discos 78 rotações por ano. Eram campeões de vendas de discos.
Como podemos ver, o sucesso veio através de muita luta e dedicação que ainda vamos contar na decorrência de nossas colunas.
Por hoje é só. Até a próxima semana. Que a Mãe Aparecida nos abençoe.
TINOCO E A ORIGEM DA FRASE "QUE BELEZA"
José Carlos Perez (Zeka Perez)
23/07/2014
Como dizia o Tinoco: Que Beleza!
Vamos mais um pouco da história de Tonico e Tinoco, através do Clube do Caipirão, Recanto Caipira e o Programa Menino da Porteira da Rádio Jacuí FM de Sobradinho/RS, do meu amigo Fabrício Ceolin.
E como citei no início da matéria, a palavra "Que Beleza" fez parte dos últimos 32 anos da carreira principalmente do Tinoco. Era o jargão que o Tinoco usava para animar o público, e utilizada em várias gravações.
Muitos fãs ao avistarem o Tinoco, já gritavam com alegria: Que Beleza! E muitos desconhecem a origem deste jargão que sempre acompanhará o cantor Tinoco.
E vamos esclarecer então: foi na década de 80, quando a dupla Tonico e Tinoco fazia o Programa "Na Beira da Tuia" pela TV Bandeirantes, que o diretor do programa Alan Kardec, pediu ao Tinoco que criasse algo ou uma palavra que transmitisse alegria para o auditório. Foram várias frases e palavras, até que em uma gravação, o Tinoco ao anunciar uma música soltou o primeiro "Que Beleza". Na hora o diretor através do ponto eletrônico, avisou o Tinoco: é essa a palavra, não esquece mais, ok? E a partir de então, essa palavra se difundiu e virou uma marca do Tinoco, virou uma marca da própria música sertaneja.
Aproveitando o sucesso do programa, que o casal Tinoco e Nadir resolveram compor um arrasta-pé, que foi lançado pela Copacabana com o título "Que Beleza".
Para finalizar, tem uma estória de Tonico e Tinoco, que receberam só a metade do cachê em um determinado show. O Tonico falou que cantava mesmo assim, e o Tinoco pra não dar o braço a torcer disse: eu canto, mas "Que Beleza" não falo nenhuma vez. Esse era o Tinoco.
Bem por hoje é só. Deus os abençoe, até a próxima vez.
TONICO - "O POETA"
José Carlos Perez (Zeka Perez)
30/07/2014
Estamos juntos mais vez neste espaço reservado para falarmos muito de Tonico e Tinoco. Agradecendo ao Clube do Caipirão, o Recanto Caipira e ao Programa O Menino da Porteira do meu amigo Fabrício Ceolin, da Rádio Jacuí FM de Sobradinho/RS.
A semana passada falamos apenas do Tinoco (Que Beleza!), hoje falemos então do Tonico. Foi um poeta nato, redator, escritor, músico e um cantador de mão cheia. Ainda na roça, foi o único que concluiu o ensino na Escola Rural. Depois ensinou seus irmãos mais novos, e dos que queriam aprender, cobrava um litro de querosene por mês para manter o funcionamento noturno da escolinha.
Tonico nasceu poeta, ainda nas fazendas escreveu sucessos como: "Cabocla", "Pé de Ipê" e "Sereno da Madrugada", entre outras. Escreveu 25 peças teatrais circenses, mais de 500 composições, editou três livros e um Método de Viola e Violão. Por muitos anos manteve a Coluna Tonico e Tinoco em vários jornais e revista.
No final da década de 50 veio a tuberculose, e depois de uma cirurgia e um tratamento no Hospital São Cristóvão em Campos do Jordão/SP, Tonico voltou a cantar em 1966. Neste período sua religiosidade e fé em Deus o fortaleceram. Cantou mais 32 anos com apenas um pulmão. Em 1973 foi a vez de o Tinoco adoecer, e então o Tonico junto com a dupla Craveiro e Cravinho cumpriu toda a agenda de shows até a volta do Tinoco.
Entre tantos sucessos, o "Chico Mineiro" é sem dúvida o maior deles. Quando partiu em 13 de agosto de 1994, levou consigo a poesia de um caboclo chamado João.
Bem por hoje é só. Desejo uma semana abençoado a todos, que a Mãe Aparecida nos ilumine.
"DIA DOS PAIS"
José Carlos Perez (Zeka Perez)
07/08/2014
Com alegria mais uma semana aqui no Clube do Caipirão, no Recanto Caipira e no Programa O Menino da Porteira – na Rádio Jacuí FM, com meu amigo Fabrício Ceolin. Sempre falando da história de Tonico e Tinoco.
Essa semana especial quando comemoramos o Dia dos Pais, vamos de encontro a amizade e o amor que sempre uniu o Senhor Salvador Perez (Pai de Tonico e Tinoco) e seus filhos. O carinho que contavam as histórias ainda na roça mostra a importância do Senhor Salvador até mesmo na carreira dos filhos.
Salvador veio da Espanha no início de 1900, primeiro fugindo da gripe espanhola e principalmente com o objetivo de fazer a vida no Brasil. Depois de 40 dias retido para regularização como estrangeiro, Salvador embarcou para a região de São Manuel para trabalhar na lavoura do café. Franzino, mas com uma capacidade grande em aprender, não foi difícil arrumar emprego. Lá conheceu e casou-se Maria do Carmo, começando assim a família de Tonico e Tinoco.
Além da habilidade na roça, Salvador aprendeu rápido o português. Foi na Fazenda da Família Barros, que Salvador prestou serviço na sede, cuidando do menino Ademar de Barros, que anos mais tarde seria Governador do Estado de São Paulo. Com o tempo era chamado como cozinheiro nas festas da Família Barros, garantindo assim o alimento para a família Perez, que a cada ano aumentava com a chegada de mais um filho.
Ensinou melodias espanholas para Tonico e Tinoco lá na roça, e ainda mais tarde se tornou benzedor na região, e seu ajudante é o pequeno José, mais tarde Tinoco. Benzia, orava e nunca pedia dinheiro ou favor em troca de sua benevolência. Chegando a São Paulo foi trabalhar numa padaria e depois mais tarde exerceu a função de carpinteiro.
Na década de 60, o casal Salvador e Maria foi morar ao lado da Capelinha de Nossa Senhora Aparecida, no Bairro da Vila Diva em São Paulo. Construída em agradecimento a cura da tuberculose que o Tonico enfrentou. E no ano de 1974 Salvador partiu deixando grande lacuna na Família Perez.
Então neste Dia dos Pais, nada mais justo que se lembrar de Salvador Perez. Hoje é dia de escutarmos a música "Velho Pai", grande sucesso da Dupla Coração do Brasil.
Feliz Dia dos Pais, até a próxima semana se Deus assim permitir.
TONICO E TINOCO - O PRIMEIRO SHOW
José Carlos Perez (Zeka Perez)
14/08/2014
Mais uma semana juntos aqui no Clube do Caipirão, no Recanto Caipira e no Programa O Menino da Porteira da Rádio Jacuí FM de Sobradinho/RS.
Essa semana muito especial na história da Dupla Coração do Brasil. No dia 13 de agosto lembrando os 20 anos da morte do Tonico. E no dia 15 de agosto, marca o primeiro show em praça pública de Tonico e Tinoco.
Foi nesta data, no ano de 1935, no Bairro de Aparecidinha em São Manuel, uma festa em louvor a Nossa Senhora. No final da tarde os irmãos Perez saíram a pé rumo ao Bairro da Aparecida com intenção de participar cantando, pois isso já acontecia na colônia onde moravam. Contava o Tinoco, que tiraram as botinas e chegaram empoeirados pela caminhada na estrada de chão.
Os Perez foram até a festa, mas o responsável não deixou cantar, pois estavam sujos e mal vestidos. Então os irmãos desceram até um barzinho até o outro lado da praça, e lá pediram para o dono fazerem uma cantoria para os clientes. Desta vez foram autorizados. E muitas pessoas que estavam na festa, desceram para ouvir os irmãos cantar. O dono do barzinho ficou contente com o aumento da freguesia, e ao final pagou os irmãos um litro de gasosa cada um (hoje guaraná). Contava o Tinoco, que no primeiro gole, ele se engasgou com o gás, pois nunca tinha tomado um refrigerante.
Por inúmeras vezes passei (Zeka Perez) com ele (Tinoco) no Bairro de Aparecidinha, onde não se cansava de repetir essa história. E como o Tinoco sempre de bom humor, da última vez que lá tivemos, pediu ao atual dono, uma "gasosa" de limão. O dono falou que daria uma caixa pra ele tomar. Esse era o nosso Tinoco.
Outro fato que uni as duas datas, é que no dia 15 de agosto de 1994, Tonico e Tinoco finalmente cantariam na Festa de Aparecida de São Manuel. Mas quis o destino, que no dia anterior Tonico fosse sepultado na cidade de São Paulo.
Bem, por hoje é só. Tenhamos uma boa semana. Que Deus nos abençoe.
TINOCO NO ESPÍRITO SANTO
José Carlos Perez (Zeka Perez)
21/08/2014
Mais uma vez aqui reunidos no Clube do Caipirão, no Recanto Caipira e no Programa O Menino da Porteira, do meu amigo Fabrício Ceolin, da Rádio Jacuí FM de Sobradinho/RS.
Hoje relembrando as andanças de Tinoco. No Estado do Paraná, está uns dos maiores vendedores de shows do Brasil, o amigo Rubens de Oliveira de Apucarana. E foi em uns dos shows vendidos por Rubens de Oliveira, que é a história de hoje:
Por volta de 2003, viajei com o Tinoco para a cidade Vendas dos Imigrantes do Estado do Espírito Santo. A colônia italiana estava em peso no evento. E o Tinoco agitou o palco durante a sua apresentação. Principalmente depois que Tinoco cantou alguns "trechos" em italiano.
Na verdade, para arrumar emprego na região de São Manuel e Botucatu, o Senhor Salvador Peres (Pai de Tonico e Tinoco), aprendeu o idioma italiano, pois os espanhóis eram ditos como briguentos. E Tinoco também cantava em italiano.
Neste show na cidade Venda dos Imigrantes foi o mais extenso, Tinoco ficou mais de uma hora e meia no palco cantando seus sucessos e contando suas histórias.
O sucesso do show foi tão grande, que no final do evento Tinoco foi contratado para o ano seguinte. Na data combinada lá estava o Tinoco, e pela segunda vez sucesso absoluto. No dia seguinte a nossa chegada em São Paulo, recebemos uma ligação do amigo Rubens de Oliveira, parabenizando ao Tinoco pelo sucesso que depois de tantos anos de carreira, ele (Tinoco), conseguia alcançar mesmo sozinho.
Esse era o Tinoco, sempre com sua garra, sua alegria e sua energia que passava a todas as pessoas que atravessavam por seu caminho.
Quero aproveitar pra agradecer ao amigo Rubens de Oliveira, pelo carinho e atenção que sempre deu a Tonico e Tinoco.
Por hoje é só. Abraços a todos que me acompanham. Que a Mãe Aparecida nos abençoe a todos.
TONICO E TINOCO EM CAMPANHA POLÍTICA
José Carlos Perez (Zeka Perez)
29/08/2014
É um prazer estar aqui mais uma vez e falar um pouco mais da história de Tonico. Sempre agradecendo ao espaço aqui no Clube do Caipirão, no Recanto Caipira e no Programa Menino da Porteira, da Rádio Jacuí FM de Sobradinho/RS, com meu amigo Fabrício Ceolin.
Lembrando que a pouco mais de 10 dias iniciaram-se os programas políticos no Rádio e na TV também, antecedendo assim a eleição no mês de outubro próximo. E aproveitando esse gancho, vou falar um pouco da época em que Tonico e Tinoco participavam das campanhas eleitorais, através dos showmícios. Não só Tonico e Tinoco, como "todos" cantores, profissionais de som, luz, palco e outras funções trabalhavam nesta época.
Foi na década de 90, que um candidato contratou a dupla para várias apresentações. Mas o fato aconteceu no último dia da campanha. O candidato organizou 5 mini-comícios. Não precisa dizer que no último, o Tonico já cansado, sentou numa caixa de som e fez do violão um travesseiro pra cochilar esperando ser chamado pelo candidato. Neste momento passou um rapaz e disse ao Tonico: eeee véio, não agüenta nem mais o violão nhein? E sem pensar muito o Tonico levantou a cabeça e mandou o rapaz "tomar caju". Não se preocupou e voltou a cochilar novamente.
Outra vez no estado do Paraná, na década de 70, dois candidatos disputaram a dupla para levar no último dia. E fizeram um trato. Quem não levasse a dupla, então o perdedor da disputa "acabaria" com o evento e até com promessa de matarem Tonico e Tinoco no palco. Mas tudo isso a dupla só ficou sabendo no palco, quando começaram a cantar cercados de espingardas e revólveres. Na metade do show o Tinoco pediu pra abaixarem as armas, pois se alguém atirasse as balas viriam de frente, e pouco resolveria todo aquele arsenal de armas. Graças a Deus ninguém atirou. Esse era o Tinoco, capaz de parar uma guerra política.
Bem, por hoje é só. Tenhamos todos uma semana santa e produtiva.
A INFÂNCIA DE TONICO E TINOCO
José Carlos Perez (Zeka Perez)
04/09/2014
Bem vindos mais uma semana em nossa coluna, onde semanalmente falamos um pouco da história de Tonico e Tinoco. Sempre agradecendo o espaço no Clube do Caipirão, no Recanto Caipira e no Programa O Menino da Porteira, da Rádio Jacuí FM de Sobradinho/RS com Fabrício Ceolin.
Antes de escrever cada coluna, passam em minha mente vários fatos que presenciei ou mesmo relatados por Tonico e Tinoco.
Essa semana a viagem é para a infância de Tonico e Tinoco, na época apenas João e José. O João por ser o filho mais velho, tinha que cuidar dos irmãos mais novos. Nesta ocasião, o Sr. Salvador (Pai de Tonico e Tinoco) encontrava-se doente. E quando o chefe da família adoecia, o "patrão isolava a família". A família Perez foi morar numa cocheira, e o serviço do João, era sair com um caldeirão pedindo comida aos vizinhos. José muito pequeno precisava "mamar", mas a Dona Maria (Mãe de Tonico e Tinoco) até por passar fome não tinha mais leite. Foi então que outras mulheres começaram a alimentar o José, que ao crescer mais um pouco, quando via a sua mãe de leite na colônia, corria atrás dela e pedia para mamar.
Os dias se seguiam da mesma forma durante quase dois anos. Foi quando uma "vizinha" preparou uma "garrafada" para o Sr. Salvador. Depois que tomou o "remédio", Salvador ficou pior ainda. Dona Maria pensando que tivesse algum "veneno" na "garrafada" deu bastante leite para o Salvador. Depois do mal estar, no dia seguinte Salvador acordou curado.
Assim a família foi para outra fazenda, trabalhar na lavoura de café. Cada membro da família cuidava de uma rua de café. Trabalho realizado de sol a sol. A dificuldade da família mesmo empregada novamente era grande. Roupas, sapatos e cobertores eram artigos que não tinham, por muitas vezes a família recebia roupas de uma irmã de dona Maria. Essa irmã trabalhava na Santa Casa de Botucatu, e trazia as roupas de pessoas já falecidas.
Impressionante que com toda essa história de dificuldade, o Tinoco me dizia que não se sentia humilhado e vivia feliz. Para ele a vida era aquela mesma. E sempre relatava com saudades as histórias de sua infância.
Por hoje é só. Abraço a todos. Que Deus no proteja.
TONICO E TINOCO NA DÉCADA DE 50
José Carlos Perez (Zeka Perez)
11/09/2014
Estamos mais uma vez juntos para relembrar as histórias de Tonico e Tinoco. Agradecendo sempre o espaço aqui no Clube do Caipirão, no Recanto Caipira e no Programa O Menino da Porteira, da Rádio Jacuí FM de Sobradinho, apresentado pelo meu amigo Fabrício Ceolin.
Hoje viajamos no tempo, e encontramos Tonico e Tinoco na década de 50 percorrendo vários estados com suas apresentações em circos. Os programas da Rádio Nacional de São Paulo eram ao vivo de segunda, quarta e sexta-feira. Com isso, as viagens eram sempre corridas, pois precisavam voltar a cada dois dias para São Paulo.
O Tonico não dirigia na estrada, isso era tarefa do Tinoco. E até os últimos dias de trabalho, antes de cada "viagem" o Tinoco me passava o "caminho a fazer". Só como um registro pessoal, a primeira "viagem" que fiz sem o Tinoco ao meu lado, errei a estrada.
E falando em estradas, contava o Tinoco às dificuldades em suas andanças, pois eram raras a estradas asfaltadas, por isso no porta-mala do carro, ele carregava ferramentas como enxadas, picaretas e correntes, caso a necessidade de tirar atolado nas estradas de terra.
Postos para abastecer eram raros também, por isso Tinoco adaptou um tanque extra no carro, para ter a certeza de chegar à cidade. Uma "viagem" de São Paulo à Campinas, cerca de 90 km, chegava durar 8 horas. Certa vez passei com o Tinoco pela estrada velha que sai do bairro de Pirituba/SP, onde foi recordando as inúmeras vezes que tinha passado por ali.
Numa das viagens o carro da dupla começou a "ferver", então a cada pouco tinham que parar pegar água em algum rio ou riacho para esfriar o radiador. O Tinoco contava que ele abria a tampa do motor, e o Tonico jogava o balde de água. Foi assim que chegaram de tardezinha na cidade de Campinas, onde se apresentaram no Circo Guaraciaba de propriedade do humorista "Pirulito". Para garantir a volta, a dupla veio de trem para São Paulo, deixando o carro arrumando na oficina do amigo Jupira.
Bem, por hoje é só amigos. Que Deus os abençoe, desejando a todos uma ótima semana.
TONICO E TINOCO E AS PROPAGANDAS
José Carlos Perez (Zeka Perez)
18/09/2014
Mais uma semana juntos. Agradecendo ao Clube do Caipirão, Recanto Caipira e o Programa Menino da Porteira da Rádio Jacuí FM de Sobradinho/RS, apresentado por meu amigo Fabrício Ceolin. E vamos relembrando a história de Tonico e Tinoco, a Dupla Coração do Brasil.
Hoje quero falar das campanhas publicitárias e patrocinadores que cercaram a carreira de Tonico e Tinoco. Desde a década de 40 quando entraram na Rádio Difusora, até os mais recentes que apostavam na imagem do Tinoco do Brasil.
Entre inúmeros parceiros e patrocinadores, destaco: Banco do Brasil, Bradesco, Palmolive, Implementos Agrícolas Tatu, Conhaque Presidente, Banco Nossa Caixa, Casas Pernambucanas, Filtros Logan, Ford Cargo Caminhões, Campanha Plante que o João Garante (Institucional Federal), Pousada dos Pescadores e Cooperativa Cocamar de Maringá entre tantos outros.
Como podemos ver, a imagem de Tonico e Tinoco foi tão forte que em toda carreira, atraíram patrocinadores que queriam associar a sua marca ao nome da dupla.
Um fato curioso que aconteceu com o Tinoco por volta do ano de 2000, foi quando ele assinou um contrato com uma Água Ardente (Pinga). Vou me reservar a não falar a marca, pois o final da história foi desfavorável e ao mesmo tempo pitoresco. Todo material publicitário foi produzido com a imagem logicamente tomando um copo da cachaça. Depois de duas semanas que todo material distribuído no Brasil inteiro, o Tinoco deu uma declaração a nível nacional, que não recomendava bebida alcoólica, e não tomava nada.
Nem é preciso dizer que no dia seguinte a primeira ligação que recebemos no escritório foi do presidente da empresa cancelando o contrato. Esse era o nosso Tinoco. No fim do telefonema, ele virou pra mim e disse: esqueci totalmente da cachaça, e apenas fui sincero. Mas acho que desta vez fui sincero demais.
Bem, por hoje é só. Espero todos na próxima semana, desejando que Deus os abençoe e que a Mãe Aparecida nos ilumine.
TONICO E TINOCO NA BANDEIRANTES
José Carlos Perez (Zeka Perez)
25/09/2014
É um prazer voltar para mais uma semana de história sobre Tonico e Tinoco. Sempre agradecendo os espaços cedidos pelo Clube do Caipirão, Recanto Caipira e Programa O Menino da Porteira, da Rádio Jacuí FM de Sobradinho/RS, comandado pelo meu amigo Fabrício Ceolin todos os domingos das 5 as 7 da manhã.
Hoje vamos encontrar Tonico e Tinoco na Rádio Bandeirantes de São Paulo, onde a dupla permaneceu por 20 anos. De 1968 a 1988. Todas as terças-feiras a dupla gravava os Programas "Onde Canta o Sabiá" (transmitido diariamente das 05:30 às 06:00) e o tradicional "Na Beira da Tuia", transmitido em ondas curtas diariamente das 18:00 às 18:30.
Os programas eram produzidos e apresentados pelos saudosos Nascim Filho e Carlito Martins. Durante as gravações dos programas, a dupla recebia visita de divulgadores e artistas que estavam lançando seus LPs. As gravações começavam às 07 horas da manhã e terminavam por volta de 11 horas. Entre os artistas que por lá passaram, destaco: Durval e Davi, Chitãozinho e Xororó, Trio Parada Dura, Milionário e José Rico, Gilberto e Gilmar, Mogiano e Mogianinho entre outros inúmeros.
A programação comandada por Nascim Filho e Carlito Martins, iniciava às 04 horas com o Programa "Brasil Caboclo", que aos domingos recebia duplas contratadas da Rádio Bandeirantes como Tuta e Tota e ainda Craveiro e Cravinho.
O sucesso da rádio foi para a TV no final dos anos 70. A dupla Tonico e Tinoco estreou na TV Bandeirantes o Programa "Som Verde", levando a dupla de apresentadores (Nascim Filho e Carlito Martins) juntos com a nova atração televisiva. O programa tinha um formato diferente, onde semanalmente apresentava as cotações de cereais e grãos. O quadro mais esperado era o famoso "Arame Farpado", onde desfilavam duplas amadoras, e os que não passavam eram desclassificados pelo mugido da vaca. Entre os jurados, destacava-se o humorista circense Pirulito que criou um jargão para avaliar os participantes, e toda vez dizia: pra mim tanto faz, como tanto fez, nota 5.
O projeto "Som Verde" durou dois anos. Foi então por volta de 1983 que a TV Bandeirantes decidiu voltar com o tradicional "Na Beira da Tuia". Ainda neste período Tonico e Tinoco participaram dos programas "Som Brasil" da TV Globo e "Viola, Minha Viola" da TV Cultura. Em ambos os programas, tinham presença permanente. No Viola, Minha Viola chegaram a ter 30 minutos só com Tonico e Tinoco.
Por hoje é só. Deixo meu abraço e convido a todos para a próxima semana. Fiquem com Deus, e uma semana abençoada. Até lá.
TONICO E TINOCO NO CIRCO
José Carlos Perez (Zeka Perez)
01/10/2014
Juntos mais uma semana para recordar a história da dupla Tonico e Tinoco. Sempre agradecendo os espaços cedidos pelo Clube do Caipirão, Recanto Caipira e o Programa O Menino da Porteira da Rádio Jacuí FM de Sobradinho/RS, comandado pelo meu amigo Fabrício Ceolin.
Muitas pessoas pedem para ouvir casos engraçados que tenha acontecido com a dupla. E o fato que vou relatar, aconteceu ainda na época de circo, em meados dos anos 50. Além de cantar a dupla apresentava suas peças teatrais. O Tinoco sempre atuou como artista principal e sempre no meio da peça tinha uma festa na fazenda onde Tonico e Tinoco aí sim cantavam seus sucessos. No fim da festa seguia então o drama até seu final.
O Tonico escrevia o roteiro. A dupla chegava à tarde no circo para ensaiar com os artistas locais. Mas o Tonico não gostava de atuar. Não se sentia bem. De tanta insistência, certa vez o Tonico decidiu fazer o papel de um padre, que abria o primeiro ato e era a fala mais importante do drama.
Tonico estava ansioso com sua estréia, e quando tocou o terceiro sinal ele estava pronto para entrar em cena. Abriram-se as cortinas, as luzes da ribalta iluminando a porta por onde Tonico entraria. Até hoje ninguém assumiu pelo ocorrido, mas deixaram as tábuas do palco soltas, e quando o Tonico entrou, foi parar direto no chão. Um tombo inesperado.
Tonico ficou bravo e ao mesmo tempo envergonhado e só entrou no palco para cantar. Depois Tonico atuou em sete filmes que a dupla participou, mas sempre me falava o incidente no circo vinha a sua lembrança.
Ainda hoje escuto nas minhas andanças, pessoas que assistiram a dupla em suas apresentações em circos, e muitos comentam que o Tonico deixava as crianças entrar de graça. Essas crianças, hoje são os adultos e velhos fãs da Dupla Coração do Brasil.
Bem por hoje é só. Forte abraço a todos, que a Mãe Aparecida nos ilumine.
TONICO E TINOCO EM EXCUSÃO PELO PARANÁ
José Carlos Perez (Zeka Perez)
08/10/2014
Estamos de volta para mais uma parte da história de Tonico e Tinoco. Sempre agradecendo aos parceiros do Clube do Caipirão, Recanto Caipira e o Programa O Menino da Porteira, transmitido pela Rádio Jacuí FM de Sobradinho/RS, apresentado pelo meu amigo Fabrício Ceolin.
No início dos anos 90, a dupla fez uma turnê pelo norte do Paraná. Era o mês de junho e o frio estava intenso. Foi num sábado à noite, Tonico e Tinoco tinha um show marcado na cidade de Luanda/PR. Os diretores do clube montaram a Festa Junina em volta da piscina e não no teatro como tínhamos combinados. A explicação foi que o número de pessoas não comportaria, pois tinham vendido o dobro dos ingressos previstos.
O show começou mais de onze horas da noite, e mesmo com uma iluminação e o palco coberto, o vento gelado era constante. No final do show, mais que depressa a dupla desceu do palco. Neste momento o Tonico nem percebeu para quem tinha entregado seu violão, pois o que mais queria era ir para o camarim. Depois de guardarmos todo o equipamento, sentimos falta do violão do Tonico. Procuramos no camarim, no palco, na mesa de som e nada do violão. A pessoa que o Tonico entregou o violão, simplesmente o levou embora. Pensando talvez que fosse um presente no final do show. Mas sem o violão voltamos para o hotel, pois no dia seguinte o show seria na cidade de Maringá.
Tonico ficou chateado, pois nunca na vida tinha feito um show sem o seu companheiro violão. Nesta época a Fábrica de Viola e Violão do Tinoco já estava fechada, mas sabendo da história o ex-sócio do Tinoco, o Sr. João Cioffi, foi no estoque e achou um violão branco igual que tinha sido furtado.
No final da tarde, o Sr. João Cioffi foi até o hotel onde a dupla estava hospedada, levando o novo violão de presente ao Tonico. Na hora o Tonico se alegrou, e fez questão que o Sr. João participasse do show à noite.
O violão branco do Tonico ficou lá em Luanda/PR, e toda vez que o Tonico se lembrava deste fato, ele até agradecia, pois o violão que ganhara do Sr. João Cioffi era melhor que o outro que levaram por engano.
Bem amigos, por hoje é só. Grande abraço a todos. Que Deus e Nossa Senhora Aparecida nos ilumine.
TONICO E TINOCO E AS PRIMEIRAS APRESENTAÇÕES
José Carlos Perez (Zeka Perez)
15/10/2014
Estamos juntos mais uma vez, falando de Tonico e Tinoco. Agradecendo aos parceiros: Clube do Caipirão, Recanto Caipira e o Programa O Menino da Porteira, transmitido pela Rádio Jacuí FM de Sobradinho/RS, apresentado por Fabrício Ceolin.
A maior marca de Tonico e Tinoco sempre foi a simplicidade. Mesmo diante do sucesso atingido, nunca deixaram de serem as pessoas que nasceram na roça. Hoje os artistas contam com assessoria de imprensa e empresários que orientam suas carreiras. Certamente não existiam "essas" pessoas no início da carreira da dupla. Então, muito "eles" fizeram por intuição.
O Tinoco sempre contava que no início não tinha onde se apresentar, e a maioria dos artistas cantavam em boates em troca de um prato de comida e alguns trocados. Tinoco saiu em busca das "boates" para trabalhar e acertou logo uma apresentação. Ficou feliz, mesmo não tendo idéia do que era uma boate. Confessou que a semelhança entre as palavras beata e boate, imaginou que era uma religião nova.
No dia e na hora marcada, lá estava Tonico e Tinoco. Quando o dono da boate anunciou a dupla, que eles entraram no palco. Tinoco contava que ficou travado em ver tantas mulheres quase nuas, e não entendia o que estava acontecendo ali.
Na verdade, a dupla não conseguiu cantar. As mulheres invadiram o palco. O dono da boate ficou bravo e expulsou Tonico e Tinoco do recinto. Tinoco ainda voltou para cobrar o cachê da noite, e o dono que era um alemão disse ao Tinoco: Vai embora antes que chuto "seu" bunda. Sem alternativa, os irmãos voltaram a pé para casa, pois contavam com o cachê para a passagem da volta.
Depois deste episódio, Tonico e Tinoco decidiram "viajar" pelo interior. Foi assim que a dupla começou a desbravar o Brasil.
Por hoje é só. Desejo uma semana abençoada a todos, e que a Mãe Aparecida nos ilumine.
TONICO E TINOCO EM TURNÊ NO RIO GRANDE DO SUL
José Carlos Perez (Zeka Perez)
22/10/2014
Mais uma vez juntos através do Clube do Caipirão, Recanto Caipira e Programa Menino da Porteira, da Rádio Jacuí FM de Sobradinho/RS. Relembrando com carinho a carreira de Tonico e Tinoco, que em 2015 completa 80 anos de história.
E por falar em história, hoje viajamos no tempo e encontramos Tonico e Tinoco na década de 70 em uma excursão pelo Rio Grande do Sul. Shows diários em vários municípios, sempre organizados pelo empresário Miramar. Além de ser integrante da dupla Miramar e Miraí, Miramar trabalhava como vendedor atacadista de calçados viajando todo o Sul do país. Na viagem aproveitava para visitar as prefeituras e clubes para vender a dupla Tonico e Tinoco.
A grande concorrência em calçados no Sul, era entre a Samelo e Estrela. Com certeza a Samelo atingia um público maior, e foi por isso que a dupla foi contratada através do Miramar para uma série de shows e propaganda da marca.
Tudo acertado entre a empresa e a dupla, com o aval do amigo Miramar. E foi aproveitando a excursão, a dupla realizaria o primeiro show para a Fábrica de Calçados Estrela. Nem precisa falar que foram recebidos com toda a atenção e carinho pela diretoria, em um almoço na chegada da dupla, foram presenteados com vários brindes da empresa, entre eles um par de botas para cada um.
Na hora do show, o Tonico querendo ser agradecido, disse que estava muito contente com a bota Samelo que tinha recebido no almoço. No palco todos se calaram, e em tempo de arrumar o deslize do Tonico, Tinoco emendou - Samelo é o nome que a Estrela colocou nesta bota. Mais é boa, porque é Estrela.
O show foi um sucesso. A diretoria deixou passar batido o deslize. Pois entenderam que o Tonico se enganou na hora.
Bem por hoje ficamos por aqui. Fiquem com Deus e até a proxima semana.
TINOCO RECEBE A COMENDA "ORDEM DO MÉRITO CULTURAL" EM 2010
José Carlos Perez (Zeka Perez)
30/10/2014
Estamos juntos mais uma semana. Sempre agradecendo ao Clube do Caipirão, ao Recanto Caipira e ao Programa O Menino da Porteira, transmitido pela Jacuí FM de Sobradinho/RS.
Hoje vamos até no mês de dezembro de 2010. Cidade do Rio de Janeiro, entrega da Ordem do Mérito Cultural, no Teatro Municipal Carioca. Noite onde toda a "nata" da cultura brasileira se fazia presente. As maiores autoridades nacionais fizeram a entrega a algumas dezenas de indicados naquele ano.
Entre os ganhadores, estava o nosso Tinoco. Quando anunciado no "palco", todo o público o recebeu de pé, aclamando o grande ídolo presente. Foi das mãos do Ministro da Cultura Juca Ferreira que Tinoco recebeu sua Comenda. Posteriormente recebendo abraços de todas as autoridades.
Aquela premiação tornou-se motivo de orgulho para o nosso Tinoco, que ainda sonhava em montar um projeto raiz para perpetuar Tonico e Tinoco para todo o Brasil. O seu desejo era registrar suas histórias em áudio e vídeo. Foi ainda no mês de fevereiro de 2011, que o comunicador JK, na época através da web rádio Kalapalo – direto do Japão, dedicou 24 horas de programação exclusivamente de Tonico e Tinoco. Foram inúmeros depoimentos de amigos, fãs e artistas enaltecendo o trabalho dos irmãos Perez. Foi nesta data, a primeira vez que o Tinoco participou de uma transmissão via internet, o que ao final ficou contente com mais essa homenagem.
Foi a partir desses dois fatos marcantes, que o nosso Tinoco buscou forças para lutar, pois queria ver o seu "legado" realizado. Era o sentimento de estar vivo mesmo depois da morte. Tinoco era um sonhador, um conquistador do impossível, uma pessoa predestinada a levar sua cultura a cada brasileiro.
Mesmo depois da morte do Tonico, em nenhum dia deixou de falar do irmão. Em todas as matérias referia-se a Tonico e Tinoco, trazendo assim consigo a eterna parceria da Dupla Coração do Brasil.
Hoje os dois são histórias, e somos nós, seus parentes, fãs e amigos que preservamos essa memória. O acervo da dupla é composto de mais de 3.000 itens. Em cada troféu, cada medalha, cartão de prata, fotos e recorte de jornal sentimos ainda a presença de Tonico e Tinoco.
Bem por hoje é só. Forte abraço a todos, e que a Mãe Aparecida nos ilumine.
TONICO E TINOCO E O FUTEBOL
José Carlos Perez (Zeka Perez)
06/11/2014
Então vamos nós para mais uma semana com "Lembranças de Tonico e Tinoco".
Sempre agradecendo ao Clube do Caipirão, ao Recanto Caipira, e ao Programa O Menino da Porteira, exibido pela Rádio Jacuí FM de Sobradinho, apresentado pelo amigo Fabrício Ceolin.
Hoje vamos falar de futebol na vida dos Irmãos Perez. Ainda em São Manuel, Tinoco ouvia falar em Leônidas da Silva (o criador da bicicleta no futebol) e conhecido como o "Diamante Negro". Por causa desta admiração, Tinoco tornou-se são paulino. Depois do Leônidas vieram inúmeros craques como Pedro Rocha, Gerson, Paraná, Serginho Chulapa, Juninho Paulista e Rogério Ceni. Entre os técnicos que fizeram a alegria do Tinoco estão: Cilinho, Telê Santana e Murici Ramalho.
Do lado inverso ao irmão, Tonico logo escolheu o Corinthians Paulista. Time que conquistou em 1954 o Campeonato Paulista. Os ídolos do Tonico foram: Gilmar, Zé Maria, Rivelino, Sócrates e Neto. Treinador que admirava: Osvaldo Brandão.
Mesmo torcendo por times diferentes sempre se respeitaram. Lógico que as brincadeiras sempre surgiam após a derrota do "rival". Quando o governador Laudo Natel presidiu o São Paulo Futebol Clube, presenteou o Tinoco com duas cadeiras cativas no Morumbi, pois sabia da paixão que o cantor tinha pelo clube. Do lado do Tonico, lembro-me um show que fizemos na Festa Junina do Parque São Jorge, sede do Corinthians Paulista. E ao final do show Tonico se declarou corintiano, e o povo delirou quase não permitindo que a dupla saísse do ginásio.
Para encerrar nosso papo sobre futebol, além dos clubes paulistas, a dupla se identificava com os clubes gaúchos. O Tonico era Grêmio e o Tinoco Internacional. Tinoco ficou muito feliz, quando o jogador Falcão na década de 80 veio para o São Paulo.
Lembrando em tempo, que no final dos anos 60, Tinoco posou uma foto com o Mané Garrincha que na época era jogador do Corinthians. A semelhança era muito grande. Na foto o Tinoco está com a camisa do Mané Garrincha, e o "Garrincha" segurando a viola do Tinoco.
Bem amigos, por hoje é só. Deixo meu abraço, desejando que a Mãe Aparecida nos guie.
TONICO E TINOCO - "26 ANOS DE GLÓRIA"
José Carlos Perez (Zeka Perez)
12/11/2014
Mais uma semana juntos com as graças ao bom Deus. Sempre agradecendo ao Clube do Caipirão, Recanto Caipira e ao Programa Menino da Porteira, da Rádio Jacuí FM de Sobradinho/RS, pelo espaço semanal que dispensam a história de Tonico e Tinoco.
E essa semana recordando um fato ocorrido no dia 15 de novembro de 1942. Lembro que essa "data" foi comemorada por Tonico e Tinoco por longos anos. Tanto que no ano de 1968 a dupla gravou um show em São Paulo, e posteriormente transformado no LP "26 Anos de Glória" e lançado no ano seguinte pela Gravadora Continental.
O som local do evento foi preservado, e podemos ouvir a locução do apresentador Carlito Martins na condução do evento. Ainda a participação de Gilberto e Gilmar (crianças), que durante o show de aniversário interpretaram Tonico e Tinoco na infância. Essa faixa do LP faz com que muitos fãs, acreditem ser Tonico e Tinoco mesmo quando criança.
Mas voltando a data do dia 15 de novembro de 1942, foi quando os então Irmãos Perez, ganharam a vaga como violeiros contratados pela Rádio Difusora de São Paulo. A decisão foi através de "aplausos", e a dupla foi aplaudida durante 190 segundos marcados de "cronômetro". A música que deu a vitória a dupla foi "Tudo Tem no Sertão". O contrato era de 1.200 réis mensais. Muito mais que o salário mínimo na época. E foi nos bastidores do Programa "Arraial da Curva Torta", que o Capitão Furtado comentou sobre o nome "Irmãos Perez", que achava muito espanhol para uma dupla caipira, e resolveu batizá-los de Tonico e Tinoco.
Nesta semana que transcorrerá, o dia 19 de novembro – é a data de nascimento do Tinoco. E assim entre os fatos marcantes vamos viajando na história da Dupla Coração do Brasil. Irmãos que nasceram predestinados a solidificar a música raiz. Para você acompanhar esse fato de hoje, indico que "escute" o LP "26 Anos de Glória", e tenho certeza que você viajará neste mundo fantástico de Tonico e Tinoco.
Por hoje fico por aqui. Deixo meu abraço, e que a Mãe Aparecida nos ilumine.
19 DE NOVEMBRO - 94 ANOS DE NASCIMENTO DE TINOCO
José Carlos Perez (Zeka Perez)
19/11/2014
Mais uma vez juntos para relembrarmos a história da Dupla Coração do Brasil. Agradecendo sempre o Clube do Caipirão, ao Recanto Caipira e a Rádio Jacuí FM, que através do Programa O Menino da Porteira, transmite semanalmente essa coluna.
Essa semana já teve uma data marcante, que no dia 15 de novembro lembramos a vitória de Tonico e Tinoco no concurso da Rádio Difusora de São Paulo. Temos ainda no dia 19 de novembro, o nascimento do nosso Tinoco. Que aconteceu nesta data, no ano de 1920, portanto há 94 anos.
Nós da Web Rádio Ser Tão Brasil, lembramos vários momentos em que a dupla foi homenageada no decorrer desses anos. Foi assim que recordamos a primeira vez que Tonico e Tinoco cantou no Programa Viola, Minha Viola na TV Cultura, nos anos 80 sob o comando ainda de Moraes Sarmento. Em outro momento, registramos a homenagem da TV Aparecida dedicou aos irmãos João e José.
Mesmo depois da morte do Tonico, em 1994, a dupla continuou a ser lembrada e homenageada, tanto que no ano de 2010, Tinoco recebeu das mãos do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o então Ministro da Cultura Juca Ferreira, a "Ordem do Mérito" da Cultura Nacional, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
Tinoco ou apenas José Perez, nasceu predestinado a registrar seu nome na história do nosso país. Dentro da sua humildade, sempre confidenciava que "nunca" imaginava o tanto que era querido pelos fãs. Que por toda sua vida, apenas fez o que mais amava: "cantar".
Outro momento emocionante em abril de 2010 foi a homenagem que o cantor Roberto Carlos fez ao nosso querido Tinoco. Com o Ginásio Ibirapuera em São Paulo completamente lotado, o nosso Tinoco brincou com Roberto Carlos: Você é meu filho, mas quem tem que me dar uma mesada é você. Esse era o nosso Tinoco. Parabéns de todos nós, onde você estiver.
Por hoje é só. Espero todos na próxima semana. Que a Mãe Aparecida nos abençoe.
A INFÂNCIA DE TONICO E TINOCO
José Carlos Perez (Zeka Perez)
26/11/2014
É um prazer estar novamente com todos vocês. Agradecendo sempre ao Clube do Caipirão, ao Recanto Caipira e a Rádio Jacuí FM de Sobradinho/RS, que através do Programa O Menino da Porteira com Fabrício Ceolin, divulgam semanalmente esta Coluna.
Esta semana voltamos ao tempo de infância dos irmãos João e José. João como o filho mais velho, tinha a tarefa de cuidar dos mais novos e ainda ajudar o pai Salvador na lavoura de café. Por essas responsabilidades, João cresceu com um "jeito" mais sério e calmo. Ao contrário do José que como ele mesmo se definia era um "menino ladino". Espoleta, alegre, comunicativo e vira e mexe aprontava suas traquinagens.
Certa vez no intervalo da aula (na escola rural), parou um caminhão com bebidas que iriam ser entregues na "venda" da colônia. José (Tinoco), não teve dúvidas e subiu na carroceria e começou a "jogar" as garrafas no gramado. Quando a professora bateu o sinal para voltarem a aula, a maioria das crianças estavam dormindo, pois a bebida era "cachaça do Pacola". O José ficou de castigo e prometeu não fazer mais.
João (Tonico) era mais aplicado na "escola", logo foi diplomado e começou a ensinar os irmãos mais novos e outros colonos que queriam aprender a ler e escrever. José não era bom aluno, e sempre confessava que aprendeu com o irmão, e se sentia diplomado pela vida.
A situação era difícil, mas José encontrou um modo de se alimentar. Contava que possuía oito caixas de abelhas, e que semanalmente passava para recolher o "mel", que por muitas vezes servia de refeição do dia.
O senhor Salvador era benzedor, e seu "companheiro" e "ajudante" era o José, que conservou a oração que o pai lhe ensinou, e viu muitas "curas" através dos benzimentos. O mais comum era o famoso papo grande, pois o sal não continha iodo. O que deixava o pescoço inchado.
Na cidade de Pratânia/SP, encontrei até uns anos atrás, o senhor Nelo Bravim, amigo de infância do José, que muito recordava várias histórias.
Por hoje é só. Deixo meu abraço, e desejo uma ótima semana a todos. Que a Mãe Aparecida no abençoe.
TONICO E TINOCO NO FINAL DO ANO
José Carlos Perez (Zeka Perez)
04/12/2014
Vamos mais uma semana com alegria, falar um pouco mais da história da dupla Tonico e Tinoco. Agradecendo ao espaço recebido aqui no Clube do Caipirão, Recanto Caipira e na Rádio Jacuí FM de Sobradinho/RS, no Programa O Menino da Porteira.
Estamos chegando ao final de mais um ano. E relembrando a história da dupla, relato que nesta época, as peças teatrais circenses também falavam do natal e do reveillon. Como sempre, o sucesso da música virava uma peça com o mesmo nome. Então encontramos no repertório a música e a peça "Papai Noel Chorou".
Um melodrama dividido em três atos, onde conta a história de um Papai Noel que na noite de Natal sai para trabalhar, e deixa no seu casebre seu filho doente juntamente com a sua esposa. Enquanto Papai Noel fazia a alegria de centenas de crianças (desempenhando seu trabalho), o seu filho não resisti e morre na noite de Natal. Outras tramas acontecem no decorrer da peça, mas esse é o "assunto" central, onde o autor da peça o Tonico, procurou descrever como a música relata.
Geralmente após a peça, entrava um "esquete" de apenas um ato, onde numa sala encontrasse o ano velho quase sem forças tentando chegar até o ano seguinte. Praticamente em um monólogo, o ano velho relembra tudo o que de bom e ruim aconteceu. Sempre afirmando que tentou fazer o melhor. De repente uma explosão, e entra o Ano Novo que vai ao encontro do Ano Velho e tenta animá-lo, pedindo que fique mais um pouco. Mas o Ano Velho se vai. O Ano Novo fala de suas expectativas para o novo tempo, e promete felicidades a todos.
Assim terminavam em grande comoção, os espetáculos circenses que Tonico e Tinoco realizavam nos finais de ano. Não preciso dizer que muitas pessoas saíam chorando, e as crianças na esperança de do lado de fora do circo encontrar o Ano Novo.
Essa semana quis falar desta "arte" mágica chamada "circo", e homenagear o senhor Gerônimo Silva, o Palhaço Beijinho, pai da dupla Edson e Hudson falecido no último dia 30 de novembro. Com certeza o "céu" está mais feliz.
Por essa semana é só. Deixo meu abraço a todos, que a Mãe Aparecida nos abençoe.
TONICO E TINOCO E O PROGRAMA QUE NÃO FOI AO AR
José Carlos Perez (Zeka Perez)
12/12/2014
Vamos mais uma vez falar da Dupla Coração do Brasil, Tonico e Tinoco. Sempre agradecendo ao Clube do Caipirão, ao Recanto Caipira e a Rádio Jacuí FM de Sobradinho/RS, que transmite o Programa O Menino da Porteira.
Hoje voltamos até a adolescência dos irmãos João e José, que mesmo em hora de trabalho cantarolavam no meio dos cafezais das fazendas de Botucatu e São Manoel. Foram inúmeras vezes que os administradores "chamavam" a atenção dos irmãos, pois os trabalhadores se distraiam ouvindo as canções e paravam de trabalhar. Mesmo sem instrumento, José empunhava o cabo da enxada como sua viola.
Até que certa vez, o administrador José Augusto de Barros convidou os irmãos a se apresentarem na Rádio Clube de São Manoel. E no dia marcado, os irmãos seguiram para a cidade, avisaram todos os amigos que estariam se apresentando logo mais na Rádio. O gerente da Rádio não colocou fé no talento dos irmãos, e na hora da apresentação ele pediu ao sonoplasta para cortar o som do estúdio e rodar comercial. Sem saber o que estava acontecendo, os irmãos citaram nomes de vários parentes e amigos, e cantaram uma música. Voltaram felizes para a colônia da fazenda, e só chegando lá ficaram sabendo que o microfone ficou fechado, e ninguém os ouviu.
Como o administrador era sócio da emissora, na semana seguinte ele levou os irmãos novamente, mas desta vez a música foi transmitida.
Outra passagem dos irmãos foi na cidade de Sorocaba, quando decidiram participar da programação da Rádio, e foram falar com o gerente da emissora. Na simplicidade não lembraram que estavam usando chapéus, e depois do pedido para cantar, o gerente perguntou se estava chovendo na rádio: na hora responderam que não. Então o gerente pediu que eles voltassem na porta, tirassem os chapéus e assim ele responderia. Os irmãos ficaram envergonhados, que ao saírem derrubaram as cadeiras e saíram sem voltar. Depois de alguns dias, decidiram voltar na rádio, mas desta vez sem "usar" chapéu.
Bem por hoje é só. Deixo meu abraço, e que Deus nos ilumine sempre.
TONICO E TINOCO E A ESTRÉIA NA TV BRASILEIRA
José Carlos Perez (Zeka Perez)
08/01/2015
Lá vamos nós começando um ano novo, contando a vida da Dupla Coração do Brasil. Quero agradecer a companhia de todos durante o ano de 2014, e agora em 2015 vamos acompanhar os 80 anos da primeira aparição dos Irmãos Perez, no dia 15 de agosto de 1935, no distrito de Aparecidinha em São Manoel/SP.
Agradeço o espaço aos sites: Clube do Caipirão e Recanto Caipira. E a Rádio Jacuí FM de Sobradinho/RS, que transmite essa coluna através do Programa Menino da Porteira, com Fabrício Ceolin.
Hoje voltamos do ano de 1950, precisamente no dia 18 de setembro. Essa data marca a estréia da TV Difusora-Tupi de São Paulo. Tonico e Tinoco como contratados da Rádio Difusora foram escalados para participar do Programa TV na Taba.
Ao lado da dupla participaram artistas como Lolita Rodrigues, Mazzaropi, Ivon Curi, Lima Duarte e Walter Foster. A cena que dupla teria que cantar a música "Adeus Bela" para uma moça na janela. Como demorou, Tonico e Tinoco sentaram num banco do cenário. Quando o diretor Costa Lima mandou a dupla cantar, não notaram que a calça ficou preta, pois o banco fora pintado minutos antes.
Mas apesar do incidente foi um sucesso. Depois nos anos 60, a dupla participou da inauguração da TV Modelo de Bauru/SP, junto com o cantor Moacir Franco, onde cantou o sucesso "Me Dá um Dinheiro Aí", vestido de mendigo. O encerramento do show ficou a cargo de Tonico e Tinoco.
Na década de 70, o então empresário artístico Marcos Lázaro, fretou um vôo para um show em Brasília/DF. O saudoso humorista Ronald de Golias estava entre os artistas, e em certo momento um aviso pelo auto falante alertando: "este avião está sendo seqüestrado, estamos rumo a Colômbia". O momento houve uma comoção, mas logo sentiram falta do Golias, que saiu da cabine dando risada e todos ficaram aliviados.
Bem por hoje é só. Espero vocês a próxima semana. Que Deus abençoe a todos.