Antônio Campanha (Campanha) nasceu em Monte Alto, no interior do estado de São Paulo, no dia 05 de dezembro de 1925. Olívio Campanha (Cuiabano) nasceu também em Monte Alto/SP, no dia 05 de março de 1928 e faleceu em São José do Rio Preto, no dia 16 de junho de 1981.
Antônio iniciou sua carreira musical ainda criança, com apenas 12 anos de idade, quando formou dupla com seu irmão mais velho Augusto Campanha. Integrou com alguma regularidade a dupla "Campanha e Angelim" e, aos 20 anos, Antônio venceu um concurso de cantadores na região e integrou também a dupla "Campanha e Paulista".
Junto com seu irmão Olívio, Antônio chegou tocar em alguns circos, entre eles, "Nosso Circo" em São José do Rio Preto. A dupla com Olívio foi formada nessa época, no ano de 1948, ocasião na qual começaram cantando na Rádio PRB-8 de São José do Rio Preto.
A nova dupla costumava se apresentar com o nome de "Irmãos Campanha" e também como "Campanha e Seu Irmão". No ano de 1952, Antônio e Olívio seguiram para a capital paulista onde fizeram um teste na Rádio Nacional, com o diretor Costa Lima. Foram aprovados e se apresentaram durante vários anos nesta emissora.
Antes disso, os dois irmãos estiveram pertinho de fechar o contrato com a extinta Rádio Tupi, mas acabaram, de última hora, perdendo a vaga para a dupla " Palmeira e Luizinho".
Foi por sugestão dos compositores Arlindo Pinto e Anacleto Rosas Jr. que Antônio e Olívio adotaram para a dupla o nome artístico de "Campanha e Cuiabano", pois "Irmãos Campanha" não era um bom nome, por ser pouco marcante, não destacando um ou outro integrante da dupla. Como Antônio era o que mais se destacava, era o compositor da dupla, ficou sendo o Campanha. Faltava um nome marcante para seu irmão; e o escolhido foi Cuiabano, por ser sonoro e ainda não ter sido usado por qualquer outra dupla.
O primeiro disco 78 rpm de Campanha e Cuiabano foi gravado no ano de 1953, com o cururu "Barra Bonita" e a moda campeira "Pião Vira-Mundo".
No ano seguinte, Campanha e Cuiabano conheceram o acordeonista Célio Cassiano Chagas (Celinho), nascido em Conceição das Alagoas/MG, que se juntou à dupla e os acompanhou durante alguns anos, porém, somente em apresentações ao vivo, já que o trio "Campanha, Cuiabano e Celinho" não chegou a gravar nenhum disco. A formação do trio aconteceu por sugestão do radialista Nhô Zé que era diretor da programação sertaneja da Rádio Nacional de São Paulo. A partir de 1960, Celinho passou a acompanhar a dupla Pedro Bento e Zé da Estrada.
Campanha e Cuiabano também foram acompanhados em algumas gravações pelo acordeonista Pirigoso.
Foi no ano de 1957, que Campanha e Cuiabano gravaram pela primeira vez a moda ligeira "Meu Passarinho". Sem dúvida, o maior sucesso da dupla.
Cuiabano, pouco antes do seu falecimento em 1981, chegou a transferir seu nome artístico ao seu outro irmão João Jaime Campanha (nascido em Palestina/SP em 1943 e falecido em São José do Rio Preto em 1999).
Campanha ainda chegou a formar uma dupla com o acordeonista Pirigoso com quem gravou o LP "Mourão da Porteira" pela K-Tel em 1981. E em 1983 Campanha chegou a gravar em "carreira-solo" o LP "Baile das Cordas" pelo selo Laço.
Antônio Campanha trabalhou como empreiteiro em compra e venda de imóveis, além de ter apresentado o seu programa de rádio na Emissora Independência de Mirassol/SP. Sua última dupla foi em parceria com seu sobrinho João Campanha, que manteve o nome "Campanha e Cuiabano", porém não deixou nenhum registro fonográfico.
Antonio Campanha morreu ao meio-dia do dia 03 de fevereiro de 2016, aos 90 anos, no Hospital Ielar em São José do Rio Preto/SP, por parada cardiorrespiratória, insuficiência respiratória e renal crônica.
Foi enterrado no Cemitério São João Batista. Deixou a mulher Emilfe, duas filhas e netos.
Texto: Sandra Cristina Peripato |