Badia Alves Medeiros nasceu na Fazenda Galho em Unaí, no estado de Minas Gerais no ano de 1940. Desde cedo, sempre foi bastante ligado à cultura popular local.
Com apenas 10 anos de idade, já havia começado a fazer a segunda voz na Folia do Divino, através de seu tio que era devoto.
Badia se casou com Dona Cesária em 1965. Cinco anos depois, trocou sua Unaí natal pela cidade de Buriti de Minas, onde morou durante 23 anos, após os quais, mudou-se para Formosa, no estado de Goiás, cidade onde Badia fabricava e vendia doces de porta em porta, de bicicleta, juntamente com sua esposa.
Algum tempo depois, Badia começou a consertar instrumentos musicais de cordas e abriu uma oficina.
Seu pai tinha uma violinha de 5 furos com cravelhas de madeira que passava um tempão dependurada na parede, mas que era também tocada na Folia, na qual ele era contra-guia e puxador de palmas no catira. Badia namorava constantemente o instrumento.
Apesar do ciúme danado que tinha para com a violinha, chamou o filho e disse: "Parece que ocê fica com vontade de pegá a violinha... pega... pode pegá!" E, quebrada a resistência do pai, Badia aos poucos foi aprendendo de ouvido, vendo outros violeiros tocando.
Naquela época Badia tinha 9 anos, e não tinha rádio. Música que ouvia era música tocada na viola. Ninguém nem ouvia falar em fita, nem disco. Só foi conhecer vitrola de corda, quando tinha 13 anos. Foi uma novidade e aí ia pra cima, pra ouvir e aprender alguma coisa.
Com o passar do tempo, Badia Medeiros se tornou Capitão de Folia do Divino, além de dançador de catira e lundu e, além de tocar a viola caipira e o violão, tocava também uma sanfoninha de oito baixos (a chamada "Pé-de-Bode").
E, mais recentemente, Badia também se apresentava cantando em dupla com Valdemar de Brito Vanderlei, o Nêgo de Brito.
Com sua viola, Badia de Medeiros, já levou a música caipira a diversos cantos do Brasil. Ganhou também o Prêmio Renato Russo no ano de 1998. E, em 2002, Badia Medeiros se apresentou juntamente com Paulo Freire e Roberto Corrêa, no show "Violas do Brasil", espetáculo esse que, através do Projeto "Sonora Brasil" do Serviço Social do Comércio - SESC, foi mostrado em 36 cidades de 8 estados brasileiros. Dessa turnê, surgiu o CD "Esbrangente".
Em 2003, Badia se apresentou novamente com Roberto Corrêa, na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional Cláudio Santoro em Brasília/DF, no show "Violas do Sertão", apresentação essa que fez parte da programação do XXV Curso Internacional de Verão da Escola de Música de Brasília!
Em 2004, Badia de Medeiros gravou o seu primeiro CD solo, intitulado "Badia Medeiros – Um Mestre do Sertão", lançado pela Viola Correa Produções Artísticas, empresa da qual o violeiro e professor Roberto Corrêa é proprietário.
Antes disso, Badia já havia feito alguns registros sonoros de suas músicas, como por exemplo, em 1999, no CD "Sertão Ponteado - Memórias Musicais do Entorno do DF", com gravações originais da tradição popular, pesquisa de Roberto Corrêa e Juliana Saenger. Esse CD, por sinal, foi indicado para o Prêmio Rodrigo Melo Franco, realizado pelo IPHAN, e faz parte da "Série Cultura Popular Viola Corrêa".
Em 2001, Badia Medeiros participou do álbum de 10 CD's intitulado "Cartografia Musical Brasileira", interpretando "Recordação do Passado", de sua autoria. Esse álbum também conta com a participação de Rogério Gulin (integrante do grupo Viola Quebrada), Juraíldes da Cruz, "Zé da Velha e Silvério Pontes", "Janela Brasileira", "Grupo de Tradições Marajoaras Cruzeirinho", e "Quinteto de Cordas de Curitiba/PR", entre outros! Esse CD é oriundo do programa "Rumos Musicais", realizado pelo Itaú Cultural.
Badia Medeiros participa do CD "Esbrangente" em quatro faixas, interpretando juntamente com Roberto Corrêa as músicas "Inhuma do Badia", "Quase Verdade", "Fogo na Macega" e "Desembolada".
Merece destaque também a composição "Detrás da Serra" (Badia Medeiros) que foi escolhida como música-tema para o filme "À Margem do Corpo", lançado em 2006.
Badia Medeiros faleceu na madrugada de 03 de novembro de 2018, após sofrer um infarto. |