Amir de Mello (Amir) nasceu na cidade de Patrocínio, no estado de Minas Gerais. Filho de Francisco de Mello e Geralda G. de Mello.
Cursou na cidade natal até o ginásio, posteriormente em São Paulo terminou o segundo ciclo e prestou vestibular para Advocacia. Não pôde concluir por não encontrar-se em boa situação financeira, o que o levou ao trabalho, mas sempre dedicando-se à música, pois sempre procurou desempenhar funções correlatas com a música.
Incentivo não lhe faltou. Seu pai, ardoroso apreciador da música, teve em Amir, seu primeiro e grande parceiro em Minas. Motivos imperiosos determinaram a dissolução da dupla, porém na mente do velho pai jamais se apagou essa imagem.
Amir, rapaz voluntarioso, e conhecedor de promoções, procurou sempre estar no meio artístico, formou várias duplas.
Possuidor de bom ouvido musical, compunha suas músicas e formava suas duplas procurando o parceiro ideal, o que só conseguiu a custo de muitas lutas e sacrifício.
Em oportunidades passadas travara conhecimento com Mauro Ozelim, e por circunstâncias momentâneas não formara dupla, embora Amir identificasse nele o parceiro ideal.
Em março de 1970, Amir dirigiu-se a São Sebastião do Paraíso com uma idéia fixa: trazer Maurinho e com ele formar dupla que sempre achara ideal, por sua vertiginosa carreira.
Daí para o êxito seria apenas questão de tempo. Logo a seguir recebe convite da gravadora Continental para gravar, assinando assim contrato de exclusividade por dois anos.
Em coquetel realizado nos estúdios da Rádio Nacional, Amir e Maurinho tiveram a maior emoção de suas vidas. Lançava-se oficialmente o seu primeiro LP nesta gravadora.
Mauro Ozelim (Maurinho) nasceu em São Sebastião do Paraíso, no estado de Minas Gerais, no dia 14 de setembro.
Gostava desde criança de cantar na rodinha de amigos. Numa dessas reuniões, estava presente o humorista Tatão, que era programador da Rádio Difusora de São Sebastião do Paraíso, e ouvindo o rapaz, o convidou para formar parte do "cast" daquela emissora. Assim começa a vida artística ascensional de Maurinho que, já com 16 anos, encantava a platéia com sua voz e sua simpatia.
Aos 17 anos, transferiu-se para a Rádio Mundial do Rio de Janeiro onde permaneceu até os 18 anos, quando decidiu viajar, sendo contratado pelo diretor do Circo Irmãos Alciates, como cantor e ator, tendo vivido os mais diferentes papéis, durante dois anos.
Maurinho começou sua trajetória em São Sebastião do Paraíso, cantando com o pedreiro Nino (naquela época as duplas se apresentavam na ZYA4 - Rádio Difusora Paraisense). Cantou também com um sobrinho dele, Toninho Fernandes. Depois gravou com outro artista paraisense, o Correto, o primeiro compacto duplo, intitulado "Silêncio de um Amor".
Maurinho foi então para a capital paulista, onde cantou com Tibagi durante alguns anos, formando a dupla "Tibagi e Niltinho".
Houve uma época, em que Belmonte e Amaraí estavam separados e Maurinho fez vários shows com Belmonte e, quando estavam selando uma parceria para dupla, ocorreu o acidente com Belmonte. Amaraí também fez vários shows com Maurinho.
Maurinho à procura de novos horizontes, acabou encontrando o parceiro ideal na lealdade e simpatia de Amir. Só faltava um acordeonista. Procuraram e encontraram Passarelli, nascendo assim o trio Amir, Maurinho e Passarelli, que imediatamente dedicou todos os momentos disponíveis para ensaios e escolha de repertório. Trabalho duro, que foi coroado de êxito, com o lançamento do primeiro LP pela Continental.
Maurinho gravou discos também com Marcelo (irmão de Léo Canhoto).
Faleceu aos 37 anos, em 1981, vítima de infarto.
Elídio Antônio Pantaroto (Passarelli) nasceu em Birigüi, no estado de São Paulo, no dia 09 de novembro.
Contando somente 10 anos ainda, seu pai notou as tendências artísticas que brotavam do menino. Sendo também um ardoroso fã da música regional brasileira, deu-lhe no seu aniversário uma harmônica de presente. O menino exultou, e passou a viver somente para o instrumento, de tanto que gostava.
Imediatamente, matriculou-se no conservatório local e passou a estudar com afinco, a fim de aprender o mais rápido possível a tocar aquele instrumento de tão difícil execução.
O tempo foi passando, e o menino já não morava mais em Birigüi. A família havia se transferido para a cidade de Dracena, também no estado de São Paulo. Contava nessa época com 14 anos de idade e já era bastante requisitado para as festas na cidade e também apresentava-se na Rádio Brasil de Dracena, tocando harmônica e cantando em dupla com seu irmão.
Mas estava escrito que o destino do menino de Birigüi, seria mesmo a capital. Com 18 anos de idade, arrumou sua mala, pegou o seu instrumento e num piscar de olhos, desembarcava em São Paulo.
Mas nem tudo era fácil como parecia à primeira vista. Fez programas na Rádio Tupi, Record e Bandeirantes; formou diversos trios, mas o sucesso parecia que não queria nada com o moço de Birigüi, até que em seu caminho surgiram Amir e Maurinho.
Texto: Sandra Cristina Peripato |