Alceu Maynard Araújo nasceu no dia 21 de dezembro de 1913, na cidade de Piracicaba, no interior do estado de São Paulo. Filho de Mário Washington Araújo e D. Altina Maynard Araújo.
Mudou com a família para a cidade de Botucatu, onde completou os primeiros estudos e, em seguida, graduou-se professor pela Escola Normal Oficial do Estado. Já, com o diploma de professor, Alceu Maynard foi lecionar na cidade de Pirambóia, mas, intrépido logo se mudou para a capital paulista, para residir e trabalhar na Associação Cristã de Moços e estudar na Escola Superior de Educação Física de São Paulo.
Alceu um protestante presbiteriano de fortes convicções, queria muito se tornar missionário, entre as tribos indígenas brasileiras. Mas, foi a sua passagem pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo, que mudaria a rota da sua vida, pois estudou a etnologia.
Alceu Maynard ainda muito jovem conheceu Mário de Andrade e Nicanor Miranda e assim, com um ideal inovador fundam o Clube de Menores Operários, do Departamento Municipal de Cultura, experiência pioneira no exercício público da cidadania com a assistência não-paternalista aos filhos de operários de São Paulo.
Na Escola de Sociologia e Política, Alceu Maynard Araújo iniciou o aprendizado etnográfico e sociológico que o transformaria em um dos mais importantes especialistas em folclore da história das ciências sociais no Brasil, com trabalhos reconhecidos pela comunidade acadêmica internacional.
Durante a sua vida Alceu privilegiou a todos com uma extensa obra de grande relevância contendo artigos acadêmicos, prosa, poesia, artigos da cultura popular brasileira.
Alceu Maynard Araújo publicou seu primeiro livro "Chuvisco de Prata", em 1931 na cidade de Botucatu.
Na área do Folclore publicou: Caminhos Apenas (1939), Seis Lendas Amazônicas (1943), Acampamento Ajuricaba (1946), Cururu (1946), Danças e Ritos Populares de Taubaté (1948), Folias de Reis de Cunha (1949), Rondas Infantis de Cananéia (1952), Documentário Folclórico Paulista (1952), Instrumentos Musicais e Implementos (1954), Literatura de Cordel (1955), Canta Brasil (1957), Ciclo Agrícola, Calendário Religioso e Magias Ligadas às Plantações (1957), Cem Melodias Folclóricas (1957), Poranduba Paulista (1958), Alguns Ritos Mágicos (1958), Folclore do Mar (1958), A Congada Nasceu em Roncesvales (1959), Medicina Rústica (1961), Brasil - Paisagens e Costumes (1962), Novo Dicionário Brasileiro (Verbetes de Folclore) Melhoramentos (1962), Folclore Nacional (1964), Escorço de Folclore de uma Comunidade (1962), Discursos de Posse na Academia Paulista de Letras (1965), Artesanato e Desenvolvimento – “Ocaso Cearense” - José Arthur Rios” (1970), Pentateuco Nordestino (1971) e Cultura Popular Brasileira (1971), além de muitos ensaios e artigos na imprensa brasileira e revistas especializadas.
Faleceu em 1974, e deixou viúva a professora Cecília Macedo de Araújo e os filhos Suzana, Marcos e Ricardo.
Texto: Sandra Cristina Peripato