Adelmo de Oliveira Arcoverde nasceu em Serra Talhada, no estado de Pernambuco, em 31 de julho de 1955.
Seu primeiro contato com a viola foi graças à sua vó, que ouvia os repentistas nordestinos nos programas de rádio da região, na época em que Adelmo tinha apenas 5 anos de idade.
Com 13 anos Adelmo começou a tocar, com a influência dos programas de jovem guarda que eram mostrados na época nos programas de TV.
Aos 17 anos foi que adquiriu uma viola dinâmica de repentista de marca Del Vecchio e passou a se dedicar ao solo de viola. Foi então que Adelmo formou um grupo de música regional, tendo aprendido a afinação dos repentistas com um colega de Juazeiro/BA. Adelmo também compôs nessa época "Dança da Morte" e "Morte do Valente".
No ano de 1962, Adelmo juntamente com a família, trocou Serra Talhada/PE por Nazaré da Mata/PE, cidade onde passou a ouvir verdadeiros nomes da música regional, como o "Quinteto Violado" e a "Banda Pau e Corda". Adelmo, por sinal, fez parte da "Banda Pau e Corda" durante 5 anos.
Em 1981 trocou Nazaré da Mata por Recife, onde a convite do Maestro Cussy de Almeida, passou a tocar na Orquestra de Cordas Dedilhadas de Pernambuco, grupo por ele criado na década de 80, e que combinou três violas sertanejas com três bandolins, cavaquinho, violão, percussão e contrabaixo. Foi também nessa época, na capital pernambucana, que Adelmo passou a estudar música, já que, até então, a sua formação era de ouvido. Em 6 meses já estava lendo. Foi inclusive nessa época que começou a usar a viola de 10 cordas.
Na capital pernambucana, Adelmo Arcoverde também conquistou diversos prêmios em festivais como arranjador, compositor e instrumentista.
Adelmo conhece a cultura nordestina e, segundo ele, existem diferenças entre as regiões Nordeste e Sudeste, não apenas nos tipos de modelos de violas e suas respectivas afinações, mas também no que inspira o músico a compor os temas. Para Adelmo, o violeiro caipira é mais romântico no modo de compor, colocando em sua música os temas do campo, da natureza, da roça. Por outro lado, o que mais inspira o violeiro nordestino é a seca, a miséria e a violência da região.
Foi num Encontro de Violeiros do Brasil que Adelmo conheceu Roberto Correa com quem aprendeu a afinação "Rio Abaixo", na qual também passou a compor.
Apesar de mais de 35 anos de carreira, Adelmo não gravou ainda um disco solo, tendo tido apenas participações especiais em alguns CDs como por exemplo "Ao Capitão Furtado - Marvada Viola", lançado em LP em 1986 e remasterizado em CD em 1997 pela Atração Fonográfica, fazendo parte da Série "Acervo FUNARTE - Música Brasileira" e com participação de Sivuca, Rolando Boldrin, Roberto Corrêa, João Lyra e Zé Mulato e Cassiano.
Nesse CD, Adelmo Arcoverde, solando a viola, interpreta "Disparada", "No Quintal do Matuto" e "Três Histórias", ao lado de João Lyra, Maurício Carrilho e João de Aquino.
Adelmo Arcoverde participa também do CD "Violeiros do Brasil", gravado ao vivo no Teatro Sesc-Pompéia em São Paulo/SP, em agosto de 1997, com a música "Antônio Conselheiro e o Arraial do Bom Jesus". Além de Adelmo, também participam desse CD, Almir Sater, Roberto Corrêa, Paulo Freire, Renato Andrade, Passoca e Zé Coco do Riachão, e Zé Mulato e Cassiano.
Religiosidade e espiritualidade também influenciam bastante as composições de Adelmo Arcoverde. Sobre a afinação "Rio Abaixo" que, segundo o folclore, teria ligação com o "coisa ruim", Adelmo menciona que o "dito cujo" é plagiador e mentiroso, que ele pega as coisas feitas por Deus e fala que é dele; portanto, essa afinação não seria do diabo, mas sim, de Deus.
Violeiro nordestino, não apenas pelo tipo de viola que toca, ou também pela região onde nasceu, mas também por defender com unhas e dentes a cultura e a música nordestina, Adelmo considera que a viola nordestina não está sendo valorizada e o violeiro repentista deve aprimorar seus conhecimentos sobre a viola para preservar essa cultura.
Além de ser um dos raríssimos compositores e solistas de viola caipira no Nordeste, Adelmo Arcoverde também leciona violão e viola no Conservatório Pernambucano de Música, além de ser também formado em Direito. |